Reciclagem está em alta no Brasil

O mercado de reciclagem no Brasil movimenta cerca de US$ 850 milhões por ano, podendo crescer rapidamente para US$ 2 bilhões anuais, segundo estimativas do setor. De olho nesse potencial, empresários, recicladores, fabricantes de equipamentos, profissionais ligados ao meio ambiente, pesquisadores e estudantes debateram ontem, em Curitiba, soluções ambientais para a indústria, no II Seminário e I Mostra de Produtos, Equipamentos e Serviços para Reciclagem de Plástico.

No Brasil, são gerados 140 mil toneladas diárias de resíduos industriais, mas menos de 50% são tratados adequadamente. O País já é o segundo maior reciclador de latinhas de alumínio no mundo, com 80% da produção (7,1 bilhões de latas) reaproveitada. 72% do papelão produzido já é reciclado. PET é o plástico com maior valor de mercado, registrando exportações para China, Taiwan e Europa.

Paraná

As indústrias paranaenses também estão despertando para as vantagens econômicas, ecologicamente corretas e sociais que a reciclagem proporciona. Prova disso é o crescimento da Bolsa de Reciclagem do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), operacionalizada pelo Senai/PR. Criado em abril do ano passado, o banco de dados com informações de oferta e procura de resíduos industriais e domésticos já conta com 407 empresas cadastradas (257 paranaenses) de 30 setores diferentes. Até julho de 2002, os 454 anúncios de resíduos resultaram em 892 aproximações entre empresas que ofertam e empresas que procuram – sendo 188 somente no último mês de junho.

Além da intermediação da Bolsa de Reciclagem, o Senai/PR oferece consultoria ambiental. “Há empresas deixando de pagar para alguém retirar os resíduos, que conseguem retorno anual médio de R$ 50 mil”, exemplifica Luiz Henrique Bucco, gerente do Senai/PR na Região Metropolitana de Curitiba.. Embora as leis ambientais tenham se tornado mais restritivas, a expansão na demanda por serviços de reciclagem está sendo ditada pela lei do mercado. “A questão da poluição é um desperdício, e o custo para dar destino ao resíduo é repassado ao produto. À medida que não há mais desperdício e você consegue vender as sobras, passa a ser mais competitivo”, destaca Bucco.

Em menos de um ano, o site www.bolsafiep.com.br registrou 22 mil acessos. Para a Piazzetta Aparas de Papel, que beneficia 3 mil toneladas mensais de sucatas de papel, a participação na Bolsa representou acréscimo de 5% nos negócios, relata o gerente administrativo, Mauro Piazzetta.

O Instituto Dedé Mocellin, coordenado pela Águas Ouro Fino, criou o projeto Reciclar é Preciso, com objetivo de conscientizar a comunidade da importância de recolher garrafas PET ao invés de jogar nos rios – onde levam cem anos para decompor. “Cerca de 80% do volume vendido hoje pela Ouro Fino é encaminhado para reciclagem”, conta Carla Mocellin, diretora do Instituto Dedé Mocellin. “Quando as garrafas PET entraram no mercado, eram vendidas por R$ 0,12. Agora as recicladoras pagam até R$ 0,55”.

Voltar ao topo