Receita não acompanha as exportações paranaenses

As exportações paranaenses aumentaram 23,05% em dólares em 2007 em comparação a 2006, chegando a US$ 12,3 bilhões. No último ano, por nove meses consecutivos, as exportações do Estado superaram a marca de US$ 1 bilhão mensal, o que é inédito na história do comércio exterior paranaense. Apesar do desempenho positivo, a receita das empresas proveniente da produção exportada está cada vez menor.

A causa é a valorização do real. A conclusão é do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) a partir da análise dos dados da Balança Comercial de 2007, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

?A valorização do real frente às moedas de circulação internacional continua impactando negativamente o faturamento derivado das exportações?, avalia o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, explica que desde 2005, apesar do esforço para aumentar as exportações, vem ocorrendo um declínio na receita das empresas. Segundo ele, enquanto as exportações medidas em dólares cresceram 23,05%, em reais o crescimento foi de apenas 10,01%. Quando feita a conversão das exportações na proporção que é destinada para a Comunidade Européia (1/3 do valor total exportado), em Euros, a expansão em reais é de 13,41%.

Para Schmitt, como a receita em reais não está crescendo na mesma proporção das exportações, as dificuldades tendem a aumentar para algumas empresas exportadoras. ?A valorização do real frente ao dólar não traria maiores prejuízos à economia nacional se problemas estruturais já estivessem sanados, permitindo uma maior eficiência e menores custos para a atividade industrial?, conclui.

?É verdade que para aquelas indústrias que importam matéria-prima, o custo de produção também fica menor porque a valorização do real favorece as importações?, esclarece. A valorização do real afeta inversamente as importações, que aumentaram 50,83% em 2007 em comparação a 2006.

?Outra preocupação é o processo de zeramento do saldo da balança comercial?, observa o economista. Segundo ele, um exercício feito pelo Departamento Econômico da Fiep mostra que se o atual ritmo de importação for mantido (o que pode acontecer se for mantida a atual estrutura produtiva e a paridade do real/dólar), o Paraná estaria caminhando para um processamento de zeramento do saldo da balança comercial, o que aconteceria em meados de 2011.

Novos produtos e mercados

O crescimento expressivo das exportações em 2007 foi determinado pela estratégia dos exportadores de diversificar a pauta de exportação e buscar novos mercados. Estes esforços, somados à elevação dos preços internacionais das commodities produzidas e exportadas pelo Paraná, permitiram um preço unitário em dólar crescente.

Em 2004, 11 grupos de produtos respondiam por 90% do faturamento das exportações. No último ano, já foram 14 os grupos de produtos que totalizaram os mesmos 90%. Passaram também a integrar a lista dos gêneros mais exportados: materiais elétricos e eletrônicos, petróleo e derivados e produtos têxteis.

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