Queda de IED no Brasil supera a média mundial

Com multinacionais repatriando recursos de suas filiais para socorrer as matrizes e desinvestimentos com a venda de parcelas de empresas estrangeiras ao capital nacional, o Brasil sofreu uma queda dos investimentos em 2009 mais profunda do que a média mundial. O País, assim, perde posições no ranking dos maiores destinos de investimento estrangeiro direto (IED). Segundo dados divulgados ontem pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), o Brasil registrou redução de 49% nos investimentos, em relação à média mundial, de queda de 39% entre 2008 e 2009. De acordo com a entidade, no mundo, uma recuperação sólida de investimentos apenas será sentida em 2011.

O Brasil passou a ser o país dos Brics (grupo formado por Rússia, Índia e China, além do próprio Brasil) que recebeu o menor volume de investimentos no ano passado. A queda porcentual dos investimentos no Brasil também foi a maior do grupo. A menor foi a da China (-2,6%), seguida por Índia (-19%) e Rússia (-41,1%). Já a China abandonou a sexta posição no ranking de maiores destinos de investimentos, superou França e Reino Unido e passou a ser em 2009 o segundo maior destino de investimentos no mundo, superada apenas pelos Estados Unidos. Se os investimentos em Hong Kong forem adicionados, a China praticamente se iguala aos americanos.

A crise econômica fez com que os fluxos de investimentos diretos desabassem em 39% em todo o mundo no ano passado. Isso depois de, em 2008, o fluxo já ter sido reduzido em 14%. No Brasil, a retração foi de 49%. No total, o fluxo de investimentos chegou a pouco mais de US$ 1 trilhão em 2009 no mundo, contra US$ 1,7 trilhão em 2008. Em termos gerais, a queda de fluxo de investimentos foi registrada em todas as grandes economias. Nos países ricos, a queda já vinha ocorrendo em 2008. Mas, no ano passado, a redução atingiu 41%. As maiores quedas ocorreram nos EUA, Reino Unido, Espanha, França e Suécia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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