Projeção do FMI para alta do PIB brasileiro recua a 4,1%

Entre os maiores países emergentes, o Brasil foi o que registrou a maior revisão nas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao longo do segundo trimestre deste ano, com revisão na estimativa de crescimento de 4,5% para 4,1% em 2011 e de 4,1% para 3,6% no próximo ano. Segundo o economista-chefe e diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Olivier Blanchard, a revisão se deve ao fato de que alguns indicadores recentes de atividade vieram mais fracos do que o esperado em abril, quando foi divulgado o World Economic Outlook, em Washington.

Em entrevista em São Paulo, Blanchard acrescentou que a nova estimativa para o crescimento da economia brasileira também prevê que a política monetária terá que ser um pouco mais apertada. “Isso vai resultar num crescimento mais fraco, e é uma das principais razões para a revisão”, afirmou. Sobre a inflação no País, o economista-chefe do FMI não mostrou grande preocupação e previu que o IPCA irá retornar ao centro da meta, de 4,5%, em 2012. “Poderia ser um problema, mas o Banco Central está bem ciente disso.”

Questionado sobre alertas recentes feitos por economistas de mercado, como Nouriel Roubini, a respeito da possibilidade de um “hard landing” (pouso duro) da economia chinesa, Blanchard disse que sempre há alertas desse tipo sobre a China que acabam não se confirmando. “É claro que pode ocorrer, e poderia ocorrer no futuro, mas não achamos que isso vá acontecer porque as autoridades chinesas já pisaram no freio muito fortemente”, afirmou.

Blanchard reconheceu que existe a possibilidade de os preços dos imóveis estarem muito elevados em alguns lugares da China, mas avalia que, mesmo que eles caiam muito, não haverá efeitos semelhantes à crise dos EUA. “As pessoas não têm hipotecas na China. Alguns bancos poderão ter problemas, mas o Estado provavelmente irá ajudá-los a se capitalizarem. Portanto, estamos bastante otimistas com a China”, garantiu o economista. Para este ano, Blanchard prevê expansão de 9,6% da economia chinesa, seguida de 9,5% em 2012.

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