A desvalorização do real deverá gerar uma perda de R$ 300 milhões no poder de fogo do Proex, programa federal de financiamento às exportações, cujo orçamento para 2002 é de R$ 2,1 bilhões. Como a verba do programa é em reais, mas as exportações são efetuadas basicamente em dólar, a variação do câmbio afeta diretamente o Proex. O problema levou o governo a estudar uma suplementação para compensar os prejuízos gerados pela desvalorização.
?Estamos administrando uma escassez de recursos cada vez mais difícil em virtude da oscilação do dólar?, disse o gerente-executivo da gerência de governo do Banco do Brasil, Rogério Lot. A instituição financeira administra a linha. Nos últimos três anos, o orçamento do Proex, somadas as duas modalidades (financiamento direto e de equalização de juros) foi praticamente o mesmo, mas o dólar médio já subiu 35% entre 2000 e o primeiro semestre. Segundo Lot, a desvalorização cambial, mantido o nível atual, deverá ter um efeito anualizado em torno de 15% sobre os recursos do programa.
O quadro poderá se reverter, caso o câmbio volte a um patamar inferior, o que pode ocorrer, em tese, com a ?ração diária? de dólares que o Banco Central decidiu jorrar no mercado. O cenário de ?escassez? está levando à priorização de operações de menor valor, de pequenas e médias empresas, e também de menor prazo, de até 180 dias, na tentativa de pulverizar os créditos.