Produção industrial subiu na maioria dos setores

Mais da metade dos setores industriais brasileiros tiveram crescimento em novembro na comparação com outubro, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro do ano passado, 14 setores tiveram crescimento, 12 caíram e um ficou estável.

O segmento que mais impactou positivamente a produção industrial em base mensal foi o de refino de petróleo e álcool, com alta de 3% na produção. Em seguida, vem o setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (crescimento de 7,2%) e o de máquinas para escritório e equipamentos de informática (alta de 9,3%), com destaque para computadores.

Já os maiores impactos negativos vieram do setor de alimentos (-2,1%), em razão do menor volume de exportação de carnes, e do setor máquinas e equipamentos (-1,1%), que inclui não apenas bens de capital, mas também eletrodomésticos, explicou o gerente de Indústria do IBGE, André Luiz Macedo.

Quando a base de comparação é novembro de 2009, foi o setor de veículos automotores (inclui caminhões, automóveis, veículos para transporte de mercadorias e caminhão-trator) que teve maior impacto positivo na produção industrial, com incremento de 14,2%. A categoria teve um perfil de crescimento bastante generalizado, com 92% dos produtos apresentando expansão na produção. O segmento de indústrias extrativas (alta de 11,5% na produção) vem em segundo lugar, impulsionado principalmente pelo avanço das exportações de minério de ferro, disse Macedo.

Por outro lado, foi o setor de material elétrico e equipamentos de comunicações que mais puxou o crescimento da indústria para baixo em novembro de 2010 ante igual mês de 2009, com queda de 11,4%, principalmente em razão da baixa na produção de celulares. Os têxteis foram responsáveis pelo segundo maior impacto negativo, com queda de 5,7% na produção em novembro em relação a um ano antes. Nessa base de comparação, 24 setores tiveram crescimento e três caíram.

No acumulado do ano, 25 setores tiveram aumento de produção e dois registraram queda. Os maiores impactos positivos na produção de janeiro a novembro de 2010 ante igual período do ano anterior vieram dos setores de veículos automotores (alta de 25,4%) e de máquinas e equipamentos (26,2%), impulsionado principalmente por eletrodomésticos. Em terceiro, vem o segmento de metalurgia básica (19,6%). As quedas foram registradas em fumo, cuja produção caiu 8,6%, em razão da redução da safra ocasionada por problemas climáticos, e também no setor de outros equipamentos de transporte (-1%), que inclui aviões.

Estabilidade

A queda de 0,1% na produção industrial em novembro ante outubro de 2010 pode ser considerado um resultado estável, segundo o gerente de Indústria do IBGE, André Luiz Macedo. O técnico explica que, há quatro meses, a produção oscila perto da estabilidade. Segundo ele, isso se explica por uma base de comparação mais alta, após a recuperação da crise financeira mundial, além de importações mais fortes e segmentos com estoques elevados. Em outubro, a produção industrial havia ficado em 0,3%; em setembro, em 0,1%; e em agosto, em -0,1%.

“A produção industrial tem apresentado um ritmo menos intenso nos últimos meses, mas o resultado pode ser encarado como estável”, afirmou. “Estamos muito próximos do recorde da série, que atingiu seu pico em março de 2010. Estamos hoje 1,7% abaixo do nível daquele mês, quando começaram a ser retirados os benefícios fiscais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).”

Entre os setores que se destacaram por estarem com estoques ainda elevados está o de produtos de linha branca, que registraram queda de -5,8% entre outubro e novembro de 2010, na comparação com o mesmo período de 2009.

Já entre os setores que sofreram por causa das importações ficaram metalurgia, calçados e têxteis. O setor de metalurgia básica registrou alta de 3,3% entre outubro e novembro de 2010, na comparação com o mesmo período de 2009, um resultado abaixo dos meses anteriores. Calçados tiveram queda de 6,4% na mesma comparação, enquanto o setor têxtil dentro de bens de consumo semi e não duráveis registrou baixa de 9,0%.