Pressões geopolíticas mantém petróleo em alta

São Paulo (AE) – As incertezas geopolíticas devem manter o preço do petróleo elevado, na avaliação do sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriano Pires. Segundo ele, é impossível prever um teto para a commodity, mas a previsão é de que a média anual fique entre US$ 60 e US$ 63. ?Mas, se os Estados Unidos invadirem o Irã, o petróleo pode ir para US$ 100?, afirmou.

Pires explicou que um eventual ataque americano ao Irã seria muito grave e teria muito mais impacto sobre o preço do petróleo do que o ataque ao Iraque, uma vez que o Irã é o terceiro exportador mundial e possui a segunda maior reserva mundial. ?Qualquer coisa que aconteça no Irã vai ter conseqüências piores?, afirmou.

Segundo ele, fatores conjunturais, como preocupações com Irã, Venezuela e Nigéria, questões climáticas e fatores estruturais, de aumento da demanda, têm alimentado os preços da commodity e o apetite especulativo dos investidores. ?Mas hoje o petróleo não é tão importante para a economia mundial. Embora, se ultrapassar a barreira dos US$ 80, vá haver um efeito sobre a inflação mundial e juros?, disse.

O impacto dessa escalada do petróleo, no entanto, deverá ser menor no Brasil, de acordo com o especialista. A auto-suficiência da Petrobras, argumentou, blindou o País contra uma eventual crise de oferta. O que não quer dizer que os preços dos combustíveis não devessem ser reajustados, especialmente se o barril de petróleo permanecer acima de US$ 70.

?(A Petrobras) deveria reajustar (os preços), mas acho que vai adiar ao máximo qualquer tipo de aumento. Este é um ano eleitoral e ninguém gosta de aumentar a gasolina em ano de eleição?, disse. Segundo Pires, há uma defasagem atual de cerca de 20% nos preços de gasolina em relação ao mercado internacional e de 15% no diesel.

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