Pressão sobre câmbio faz nova desvalorização do real

O dólar voltou a fechar em alta, ontem, devido à pressão causada pelo vencimento, na próxima semana, de uma dívida atrelada ao câmbio no valor de US$ 1,227 bilhão. A moeda norte-americana encerrou vendida e R$ 3,760, em alta de 2,59%, um dia após recuar 3%, após a passagem de um vencimento cambial de US$ 1,5 bilhão. Na máxima do pregão, a divisa chegou a subir 3,41%, para R$ 3,790.

A atuação persistente do Banco Central durante todo o dia reduziu apenas de leve a alta, mas não conseguiu eliminar o nervosismo. “O dólar esteve bastante volátil o dia todo e o motivo dessa pressão toda é mais um vencimento de dívida cambial”, avaliou Luís Antônio Abdo, assessor de câmbio da Pioneer Corretora. “Como o Banco Central ainda não anunciou nenhum leilão para a rolagem desta dívida, o mercado resolveu especular em cima disso e o dólar acabou subindo de novo.”

Na próxima terça-feira, vencem US$ 1,227 bilhão divididos entre contratos de swap cambial e Notas do Tesouro Nacional Série-D. A rentabilidade desses papéis é calculada de acordo com a Ptax – média oficial do dólar – do dia anterior ao resgate. “A verdade é que o BC está entre a cruz e a espada, pois há tanta especulação que acaba por não adiantar nada ele ficar gastando reservas para tentar conter esse nervosismo”, acrescentou Abdo.

Bolsa cai

Em dia volátil e de baixo volume financeiro, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi incapaz de firmar tendência e fechou o dia, ontem, com leve baixa de 0,30%, com 9.199 pontos. O giro financeiro somou R$ 413,4 milhões.

Mesmo com a valorização das bolsas estrangeiras, que chegou a levar o Ibovespa para um ganho de 1,72% nos primeiros minutos do pregão, o índice não conseguiu manter o fôlego.

Na Europa, notícias corporativas levaram as principais praças a ganhos superiores a 4%. Em Wall Street, os índices fecharam em direções contrárias. O Nasdaq caiu 0,05%, enquanto o Dow Jones avançou 1,97%.

Os títulos da dívida externa brasileira recuaram nesta quinta-feira, atentos a mais uma sessão de desvalorização do real frente ao dólar. Os C-Bonds – títulos brasileiros mais negociados no exterior – perderam 1,2%, cotados a 51,125% do valor de face. O risco-país, calculado pelo J.P. Morgan, subiu 46 pontos-básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano, para 2.224 pontos-básicos.

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