Presidente partilha a ?incerteza da travessia

Ao discursar na sede do Parlamento japonês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que entende a angústia das pessoas que decidem emigrar em buca de oportunidades melhores de vida em outro lugar. Lula não citou, mas ele mesmo deixou Garanhuns (PE) com sua família, quando ainda era criança, para morar em São Paulo. Em entrevista a jornais da comunidade brasileira, porém, o presidente lembrou que ele mesmo havia percorrido o caminho da migração, ?ao deixar, ainda menino, o lar e a vizinhança conhecidos em busca do sonho da prosperidade?.

?Vamos celebrar a saga daqueles que construíram uma ponte de amizade que cruza oceanos, aproxima culturas e atravessa séculos. Conheço bem o sentimento ao mesmo tempo de incerteza e de expectativa dessa travessia?, disse Lula no Parlamento, acrescentando:

?Solidaridade e cooperação na diversidade são valores que nos uniram no passado e devem ser os mesmos princípios a nos guiar no momento em que estamos relançando a parceria entre nossos povos?.

Lula disse ainda esperar que o governo japonês melhore a situação dos dekasseguis.

?As medidas de apoio a esses brasileiros, sobretudo no campo da educação, saúde e previdência social, lhes permitirão construir um futuro melhor, seja aqui ou no Brasil?, disse Lula.

O presidente falou em ?colônia japonesa? no Brasil, mas depois mencionou comunidade. Ele lembrou que estará em Nagóia no sábado para um encontro com brasileiros e que em 2008 será celebrado o centenário da imigração japonesa para o Brasil. No Brasil vive 1,4 milhão de japoneses e seus descendentes, a maior comunidade fora do Japão. No Japão, são 270 mil brasileiros.

Missão

O Japão deve enviar uma missão econômica ao Brasil ainda este ano, em data a ser definida. O interesse em aumentar o intercâmbio comercial entre os dois países envolve áreas como minério de ferro, petróleo, ferrovias, etanol, carne bovina e suína.

O programa integra uma série de documentos que expressam, segundo o Itamaraty, ?convergências de opiniões e de posições?. A lista inclui declarações conjuntas sobre a reforma nas Nações Unidas e outros assuntos internacionais, além de memorandos sobre  cooperação técnica, social e educacional, intercâmbio cultural e educacional, ciência e tecnologia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. 

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