Presidente da Comissão Européia faz apelo por Rodada Doha

Rio de Janeiro – O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, demonstrou nesta sexta-feira (10) apoio às medidas adotadas ontem pelo Banco Central Europeu, de injetar recursos no mercado financeiro para proteger o sistema das variações devido à crise no mercado imobiliário dos Estados Unidos.

Em palestra a economistas e professores na Fundação Getúlio Vargas, sobre a parceria estratégica entre a União Européia e o Brasil, ele demonstrou otimismo frente à crise que vem derrubando bolsas de valores em todo o mundo.

?Foi uma boa decisão do Banco Central Europeu. Quanto à economia européia, nós estamos completamente confiantes. As bases macroeconômicas hoje em dia são sólidas. Nós temos crescimento e criação de empregos superiores aos dos Estados Unidos. Quanto à economia global, a mensagem que temos a passar é de tranqüilidade?, afirmou.

Em relação à Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio, com o objetivo de liberalizar os mercados mundiais por meio da redução de barreiras e tarifas entre os países, Durão Barroso fez um apelo para que os países ajudem a destravar as negociações.

?Os próximos meses serão críticos. Se não conseguirmos chegar a um acordo agora, provavelmente não o conseguiremos nos próximos anos. Mais do que uma oportunidade perdida, temo o impacto negativo no sistema multilateral de comércio e o crescimento do protecionismo, de que vemos sinais preocupantes em alguns países-chave?, alertou.

O Brasil, ressaltou, é o principal destino dos investimentos diretos europeus entre os mercados emergentes: em 2006, recebeu 5,3 bilhões de euros, contra 4,3 bilhões recebidos pela Rússia; 3,7 bilhões pela China e 1,6 bilhão pela Índia. O intercâmbio comercial bilateral alcançou 44,8 bilhões de euros no ano passado, com uma expansão de 35,4% em relação a 2002. ?O comércio com a União Européia representa 26,1% do comércio exterior brasileiro?, disse.

Na palestra, ele lembrou o interesse europeu em incentivar os biocombustíveis, mas de uma forma ambientalmente sustentável e respeitando os direitos trabalhistas: ?Não faria sentido promover a produção e o consumo de biocombustíveis como uma energia limpa, se a produção atentasse à preservação do meio ambiente?. E destacou a importância dos debates na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, prevista para dezembro em Bali, na Indonésia.

A Europa, segundo Durão Barroso, é responsável pela emissão de 14% do carbono na atmosfera, enquanto o Brasil contribui com um pequeno percentual de gases causadores do efeito estufa, mas está entre os dez maiores emissores de carbono, por causa das queimadas na Amazônia.

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