Presidência da UE critica oposição ao Mercosul

A presidência espanhola da União Europeia (UE) criticou hoje um grupo de dez países do bloco, liderados pela França, que se opõem à retomada das conversas para um tratado de livre comércio com o Mercosul, bloco que reúne os países da América Latina. O grupo de dez países protestou na terça-feira contra as conversas, a serem realizadas na semana que vem, em Madri. Para o grupo, as conversas são “um sinal altamente negativo” para o setor agrário da Europa, que enfrenta dificuldades.

Mas o Secretário de Estado da Espanha para a América Latina, Juan Pablo de Laiglesia, disse hoje que os interesses dos membros da UE seriam preservados durante as negociações com o Mercosul – bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. “Prejulgar o resultado dessas negociações – dizendo que elas vão contra os interesses de qualquer membro (da UE) – não parece razoável para nós”, disse Laiglesia, cujo país detém a presidência rotativa de seis meses da UE.

Ele reconheceu que vários membros da UE “têm alguma dificuldade de encarar as consequências das negociações com o Mercosul, mas existem outros que acreditam que nós devemos aproveitar esta oportunidade para fortalecer nossas relações em todos os campos com um parceiro tão importante como o Mercosul”.

No começo de maio, a Comissão Europeia anunciou que iria retomar as negociações com o Mercosul, que foram suspensas em 2004. Áustria, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Luxemburgo e Polônia tomaram a decisão incomum de endereçar um manifesto conjunto a todo o conselho da UE atacando a decisão. Romênia e Chipre se associaram ao manifesto.

“Nós lamentamos que esse manifesto tenha sido feito sem um debate político anterior com o Conselho (da UE) e sem uma discussão sobre os possíveis impactos econômicos que um acordo com o Mercosul teria na economia da UE”, diz o manifesto. O documento conjunto deve ser submetido aos ministros da Agricultura europeus na próxima segunda-feira, dia em que as conversas com o Mercosul serão formalmente retomadas. As informações são da Dow Jones.

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