Prefeitos sem verba para 13.º

Brasília – O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, advertiu ontem o presidente Luiz Inácio da Silva da possibilidade de mais de 50% das prefeituras deixarem de pagar o 13.º salário dos seus servidores, além do vencimento de dezembro e as férias dos professores, caso se confirme a previsão da Receita Federal de queda da arrecadação de 12% nos próximos meses no ano. “A situação ficará crítica porque além de não haver o crescimento de 15% esperado para esses últimos meses do ano, queda de 12% é assustador”, declarou Ziulkoski.

O presidente Lula, de acordo com o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, que também participou da reunião, ouviu a ponderação, mas avisou que esse cenário trágico não se concretizará porque a atividade econômica está se recuperando. “O presidente disse que a expectativa de queda do FPM não existe porque a equipe econômica apontou os sinais de forte recuperação da economia”, afirmou Déda, que reconhece, no entanto, que se houver queda na receita “de fato muitas prefeituras enfrentarão muitas dificuldades”.

Preocupações

Lula lembrou ainda que houve injeção de recursos na economia pelo governo em várias frentes, como linha branca, microcrédito, que vai levar a melhoria de arrecadação da União, dos estados e dos municípios, afastando essa preocupação.

Lula ouviu também sobre outra preocupação dos prefeitos: a de que o caos seja instalado no setor de transporte público em todo o País. Os prefeitos querem que o governo ofereça subsídio de 50% no preço do óleo diesel, para que as passagens de ônibus urbanos possam ser reduzidas em 20% em todo o País.

“O transporte público do País enfrenta situação-limite. Estamos às vésperas de um caos nacional”, afirmou Marcelo Déda. “Se nada for feito, o que vimos em Salvador (protesto com ônibus incendiados contra o preço das passagens) pode se alastrar pelo País. O próximo apagão será dos transportes públicos, paralisando todo o transporte urbano do País”, prosseguiu Déda. Segundo o prefeito, o presidente Lula disse apenas que vai estudar o problema, mas não acenou com solução.

 

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