Preços administrados elevam projeção de inflação

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Combustíveis ajudam
a "empurrar" a inflação.

Brasília (ABr) – A correção dos preços administrados (combustíveis, energia, telefonia e outros) nas últimas semanas foi acima das expectativas e por isso o mercado financeiro elevou de 9,53% para 9,76% a projeção dos reajustes acumulados das tarifas administradas ao longo de 2004, conforme revela o Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central. Como resultado, houve elevação imediata das expectativas de inflação no ano em relação às perspectivas da semana anterior.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve marcar 0,74% neste mês, contra prognóstico anterior de 0,68%. A perspectiva de inflação no ano subiu de 7,41% para 7,47%, contra meta de 5,50%, e o mercado projeta IPCA de 5,70% para 2005, também acima da meta.

Esses prognósticos constam de pesquisa semanal que o BC faz com uma centena de instituições financeiras e analistas de mercado sobre as tendências dos principais indicadores da economia, que resultam no Boletim Focus, divulgado quase sempre às segundas-feiras.

A pesquisa revela projeções mais saudáveis, contudo, em outras áreas da economia, apesar da expectativa de que a taxa básica de juros (Selic), hoje de 17,75% ao ano, evolua em janeiro, passando para 18%, como forma de "segurar" os efeitos da inflação inercial carregada para o próximo exercício financeiro. A taxa deve encerrar 2005 em 15,50% nas previsões dos consultores.

O mercado estima saldo de US$ 32,90 bilhões na balança comercial (US$ 26,60 bilhões em 2005) e superávit de US$ 10,69 bilhões em transações correntes com o exterior (US$ 3 bilhões no ano que vem). O crescimento da produção industrial será de 7,62% (4,50% em 2005), e o Produto Interno Bruto (PIB) evoluirá 5,10% (3,50% em 2005).

Essa evolução causa impacto imediato na relação entre dívida líquida do setor público e PIB. Por isso, a projeção anterior, de comprometimento de 54%, caiu agora para 52,35%. O mercado calcula que se manterá neste patamar ao longo de 2005, e a relação dívida/PIB encerrará 2005 com estimativa de 52,05%. Isso em um contexto no qual a taxa de câmbio termine 2004 com o dólar valendo R$ 2,77 (previsão anterior era de R$ 2,79), e chegue ao final de 2005 cotado a não mais que R$ 3,00.

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