Com o preço do barril do petróleo registrando recordes sucessivos, o presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), xeque Ahmed Fahd al Ahmed al Sabah, disse ontem que a organização pode anunciar um novo aumento de 500 mil barris na cota diária de produção dos países membros ainda nesta semana.
Durante o dia, o barril chegou a registrar o novo recorde histórico de US$ 59,52. No fechamento, o barril para entrega em julho (cujos contratos venceram ontem), negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, estava cotado a US$ 59,37, alta de 1,54%.
O barril para entrega em agosto, que passa a ser negociado hoje, atingiu durante o dia a marca de US$ 60 – o que já aponta para novas altas nos contratos de referência no mercado petrolífero.
A Opep já havia decidido por um aumento de 500 mil barris na semana passada, a começar a valer a partir de 1.º de julho, mas a ação foi vista pelos investidores, na melhor das hipóteses, como um gesto simbólico, uma vez que, mesmo com uma cota oficial, hoje, de 28 milhões de barris diários, os países da organização já produzem quase 30 milhões de barris.
A decisão da Opep, desse modo, não trouxe nenhum alívio para os temores no mercado de que possa haver uma escassez da commodity principalmente nos EUA – maior consumidor mundial do produto – durante a temporada de verão, quando cresce muito o consumo de gasolina e de outros destilados.
Analistas dizem que, mesmo com mais um aumento de meio milhão de barris diários, os preços não devem registrtar recuos significativos.
Também faz pressão sobre as cotações a queda nos estoques de petróleo e destilados nos EUA na semana passada. O estoque de petróleo no país encolheu em 1,8 milhão de barris na semana passada, totalizando 329 milhões de barris. Já o estoque de gasolina caiu em 900 mil barris na semana passada, totalizando 215,7 milhões de barris do combustível no país, cerca de 5% acima do que havia estocado no mesmo período em 2004.
Amanhã, dependendo do que for divulgado a respeito dos estoques americanos da commodity pelo Departamento de Energia dos EUA, os preços podem registrar novos recordes.