Preço do álcool em queda, só nas usinas

O preço do litro do álcool hidratado (que vai direto no tanque) acumulou uma queda de 32,21% nas usinas do Paraná entre os dias 20 de março a 2 de junho, quando passou de R$ 1,263 para R$ 0,856. Os dados são da Universidade Federal do Paraná/Dere.

De acordo com a Alcopar (Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do estado do Paraná), a antecipação da colheita da cana-de-açúcar para o mês de março no Estado, juntamente com a intensificação desse trabalho em função do tempo seco, contribuiu para normalizar a oferta do produto.

Naquele mesmo período, conforme acompanhamento semanal realizado pela ANP, as empresas distribuidoras promoveram uma redução no preço do hidratado entre o máximo de 36,58% (Campo Mourão) e o mínimo de 25,83% (Curitiba). Na cidade de Maringá, o índice foi de 28,06%.

O mesmo acompanhamento semanal da ANP aponta que a redução do preço do álcool hidratado nas bombas dos postos do Paraná variou entre o máximo de 33,75% (Campo Mourão) e o mínimo de 14,87% (Londrina) dentro daquele período. Nos postos de Maringá, o preço caiu 15,24%.

A ANP divulgou também a relação da média dos preços do litro de álcool hidratado nas bombas das principais cidades paranaenses, na semana de 29 de maio e 2 de junho: Londrina (R$ 1,758), Paranavaí (R$ 1,748), Apucarana (R$ 1,710), Maringá (R$ 1,669), Cascavel (R$ 1,568), Umuarama (R$ 1,545), Ponta Grossa (R$ 1,536), Curitiba (R$ 1,516) e Campo Mourão (R$ 1,321).

Mistura

Os usineiros vão pedir ao governo a retomada do percentual de 25% na mistura de álcool anidro à gasolina. Desde o dia 1.º de março deste ano a participação caiu para 20%, com o objetivo de reduzir a demanda por álcool em 100 milhões de litros por mês e garantir o abastecimento. O Ministério de Minas e Energia informou que vai analisar a proposta quando a receber formalmente.

Apesar de ter sido adotada para reduzir o impacto da entressafra da cana-de-açúcar, a medida não tem prazo para deixar de vigorar e, quando foi anunciada, o governo disse que seria por ?longo? período de tempo.

Para Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Única (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), durante a entressafra o percentual de 20% pode ser adotado novamente. ?Desde que haja planejamento. O governo tem de fazer um acordo para que os produtores aumentem em 200 milhões de litros por mês a produção de anidro e reduza a produção de açúcar e álcool hidratado.?

Segundo Pádua, a produção tem de ser o dobro do que o mercado precisa por mês para que seja possível atender a demanda durante a entressafra.

De acordo com ele, um aumento de álcool à gasolina nesse momento poderia significar uma queda de R$ 0,05 no litro da gasolina, que está em R$ 2,55, em média, no País, segunda a ANP (Agência Nacional de Petróleo).

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