Plano define áreas para mineração em Curitiba

Os empresários do setor mineral têm agora um diagnóstico aprofundado sobre áreas da Grande Curitiba onde a extração de minérios deve ser preferencial, controlada ou bloqueada. Isso se tornou possível com a elaboração do Plano Diretor de Mineração (PDM) da Região Metropolitana de Curitiba, lançado ontem pela Mineropar, empresa da Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul.

Segundo o presidente da Mineropar, Eduardo Salamuni, o plano é resultado de um trabalho inédito no Brasil. “O mapeamento exigiu a aplicação das mais avançadas tecnologias de geoprocessamento em sistema de informações geográficas”, afirmou. “Resultado de dois anos de pesquisa, o plano diretor vai ajudar a direcionar investimentos no setor de modo que não prejudiquem o meio ambiente.”

Salamuni explicou ainda que o plano também apresenta propostas de solução para conflitos que ocorrem entre a atividade mineral e outras formas de uso e ocupação do solo, como a urbanização. “O PDM oferece subsídios para uma política do setor mineral, contribuindo para a fiscalização e a regularização da mineração informal e, nos aspectos ambientais, visa preservar reservas, garantindo o suprimento sustentado de bens minerais.”

O plano foi bem recebido pelos empresários do setor. “É importante, uma vez que as áreas urbanas dos municípios da região de Curitiba têm se expandido, fechando depósitos naturais de minérios”, afirma o empresário João Batista Correa. “Com o plano, surgem boas perspectivas, principalmente ao norte de Curitiba, onde estão importantes reservas de areia, brita e calcário.” O reordenamento da atividade, acrescenta, evita a falta de produtos e, em conseqüência, a alta de preços.

O plano também será utilizado pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) para balizar o Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) da RMC.

Minérios

Através dos dados coletados, é possível afirmar que na RMC situa-se a segunda maior reserva de calcário do Brasil, o que poderá proporcionar a instalação na região de um dos maiores parques cimenteiros da América Latina. A região também possui a maior jazida de fluorita do País, um minério usado na indústria de tintas e fármacos, através de compostos à base de flúor.

O chumbo, encontrado no Vale do Ribeira, é outro minério com as maiores quantidades do Brasil. Ainda pode ser citada a extração de rochas ornamentais, mármores e granitos, além dos minérios constituintes dos agregados para construção civil, como areia, argila, cal e pedra brita. A RMC também possui uma jazida de ouro, quase exaurida, no município de Campo Largo.

Hoje existem 721 jazidas minerais na Grande Curitiba. Desse total, 439 estão abandonadas ou paralisadas, 260 ativas, 12 em implantação e 10 não passíveis de classificação. Aproximadamente 77% das jazidas (555) estão concentradas em 20% dos municípios, principalmente em Colombo, Campo Largo, Rio Branco do Sul, Almirante Tamandaré, Cerro Azul e ao sul de Curitiba.

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