INFRAESTRUTURA

Plano Aeroviário do Paraná prevê construção de quatro novos aeroportos para cargas

A integração entre os diferentes modais de transporte como caminho para melhorar a movimentação de cargas no Paraná começa a ganhar contornos mais fortes no Estado. Até outubro, o governo deve concluir o processo de escolha da empresa que desenvolverá o novo Plano Aeroviário Estadual. O projeto, segundo a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná, que já possui um mapa do que deve ser contemplado, apresenta como um dos pilares a construção de quatro aeroportos regionais de movimentação de cargas.

Dois deles, um na região noroeste do Estado, e outro nos Campos Gerais, no município de Tibagi, podem confirmar tais empreendimentos até mesmo antes da conclusão dos trabalhos de elaboração do plano. Isso porque, nos dois casos, gestores municipais, associações comerciais e empresários, ainda nos anos anteriores, encamparam tais projetos visando o desenvolvimento.

Prova disso é que o Aeroporto de Maringá, previsto para a região Noroeste, é o único a ser contemplado pelo Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa), que financia 70% da obra e 30% fica de contrapartida do Estado. “Se dependesse do Estado não teria nenhum projeto com apoio do Profaa, foi exclusivamente graças ao prefeito de Maringá, que encampou o projeto, pois o governo anterior não queria fazer sua parte”, afirma o secretário estadual de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho.

No caso da região, o grande interesse no transporte aéreo de cargas se deve ao polo de confecções, ou seja, com produtos de alto valor agregado e que compensam o custo desse tipo de transporte. “Eu tenho ouvido de muitos especialistas que estamos perdendo um filão, pois é um tipo de produto cujo valor agregado é tão alto que precisa ser levado por via aérea”, explica o secretáario. “Há regiões que produzem frutas, por exemplo, como a romã, e que se leva diretamente para a Europa de avião, já que outro transporte é inviável”, exemplifica.

Segundo José Richa, a demanda por esse tipo de serviço é tão grande que a DHL Express, que divide com a FedEx a liderança no setor de logística internacional e correio expresso, está interessada no projeto na região de Maringá para a ampliação de seus negócios.

Diferencial competitivo

No caso do aeroporto nos Campos Gerais, uma junta de 30 empresários da região responde pelo estágio bastante avançado para a viabilização do projeto. Tanto que o novo aeroporto de cargas já tem endereço, o município de Tibagi. Pelo projeto apresentado ao governo estadual, o aeroporto ficará entre os dois maiores hubs (concentrador) de voos do País. “Pelo que pude ver, esse aeroporto comporta a movimentação de cargas que todo o Brasil transporta atualmente. É um projeto global. Além disso, um aeroporto desse tipo movimenta outros aeroportos regionais”, aponta. Outro ponto positivo da localização do aeroporto dos Campos Gerais é que viabilizaria a integração com outros modais, como preconizam as diretrizes da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná.

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