PIB de 2006 já é ?coisa do passado?

Rio (AE) – O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, jogou para o passado o desempenho da economia em 2006 e evitou previsões até mesmo para 2007, canalizando todo o otimismo para o ano que vem. ?No último trimestre de 2007, temos que estar crescendo 5% e, assim, a possibilidade é de crescimento maior no ano que vem?, disse ele ontem em entrevista após evento do setor de tecnologia no Rio. Ele considera também que a recente turbulência nos mercados é uma oportunidade para investimentos no Brasil.

Para o ministro, o criticado crescimento de 2,9% do PIB no ano passado já é ?coisa do passado? e o importante é que a economia cresça ?em velocidade de cruzeiro? a partir de agora. O ministro não quis definir uma meta para o crescimento fechado do PIB de 2007 e, sobre o desempenho do ano passado, disse que ?estamos em março, nessa altura pensar no PIB de 2006 é como pensar quem foi o campeão brasileiro no ano passado. Passou e ponto?.

Furlan só não esqueceu o desempenho da economia no quarto trimestre, que mostrou aceleração do PIB, com expansão de 3,8% ante igual período de 2005. ?A nossa visão no ministério é de que, na virada do ano (2006), a economia brasileira esteve em velocidade razoável?, afirmou, acrescentando que ?o bom desse número (do PIB de 2006) é que viramos o ano ao redor de 4%, o que é diferente de 2,9%?.

O otimismo do ministro dissipou as preocupações com o efeito China que abalou os mercados nos últimos dias e que, para ele, ?pode ser uma boa oportunidade para os investidores (no Brasil), porque a performance de empresas brasileiras não tem um milímetro de afetação, as exportações da Vale (Companhia Vale do Rio Doce) ou a produção do setor automotivo não foram afetadas.?

Para Furlan, a turbulência é uma ?acomodação? do mercado a um período de forte crescimento. Ele está certo que o Brasil ?está em muito boas condições? para enfrentar o problema e a queda na bolsa brasileira, acompanhando os recuos nas bolsas de todo o mundo, é conseqüência apenas de ?um alinhamento da globalização?.

O ministro também não está preocupado com o aumento das importações ou a queda na cotação do dólar. Para ele, a continuidade da trajetória de expansão das importações revelada nos dados da balança comercial de fevereiro não é um problema. ?Não temos preocupação, elas precisam crescer e isso coloca um desafio para quem produz no Brasil?, disse.

Ele sublinhou que é preciso isonomia competitiva para as empresas que produzem no País, com investimentos em infra-estrutura e em educação. Questionado por repórteres se o dólar estaria ?tirando o seu sono?, Furlan respondeu apenas que não, e exemplificou que ainda que o câmbio seja uma dificuldade para alguns setores, os números da balança comercial divulgados ontem mostraram, segundo ele, que mesmo setores mais sensíveis ao câmbio, como calçados, confecções, têxteis e móveis, tiveram uma boa performance exportadora no primeiro bimestre deste ano.

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