Petroleiros ameaçam cruzar os braços

Os petroleiros de todo o País ameaçam deflagrar greves de 24 horas a partir do dia 4 de outubro, ou seja, segunda-feira da próxima semana. As paralisações-relâmpago servirão de aviso para a Petrobras. É que a FUP (Federação Única dos Petroleiros) ameaça realizar paralisações de duração maior se a estatal não melhorar a proposta de reajuste salarial.

Para avisar a Petrobras do risco de paralisação, a FUP deve se reunir hoje com a estatal. O objetivo é informar que a categoria – com data-base para reajuste em setembro – rejeitou a proposta feita pela Petrobras. A empresa ofereceu 7,82% de reajuste. Os petroleiros cobram um aumento de 13,21%, referente à inflação e 5% de aumento real.

Segundo o coordenador da FUP, Antônio Carrara, as paralisações de 24 horas não afetarão a produção da Petrobras. “A greve precisa durar pelo menos 48 horas para prejudicar a produção.”

Mesmo assim, Carrara disse que as greves de 24 horas deverão causar transtornos para a estatal. “É que as paralisações acontecerão cada dia num local diferente. Serão surpresa.”

Previdência

Os petroleiros também condicionam a negociação do acordo salarial à rediscussão das regras da Petros, o fundo de pensão da categoria. A adequação das regras da Petros teriam sido prometidas pela estatal na campanha salarial do ano passado. “Faz mais de um ano que estamos negociando mudanças no plano de aposentadoria?, disse Carrara.

Segundo ele, existem cerca de 5.000 trabalhadores da Petrobras – contratados depois de 1997 – que não têm previdência complementar. “Eles só têm seguro de vida. Se um morre, e já morreram quatro, a família fica sem assistência. Para a família de um petroleiro que morre, a Petros paga um benefício correspondente a 90% do salário”, disse Carrara.

A campanha salarial dos petroleiros envolve 37 mil funcionários da ativa e 60 mil aposentados.

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