Pesquisa revela que pequena empresa sobrevive mais

Quase 75% das micros e pequenas empresas do Paraná conseguem sobreviver aos dois primeiros anos de funcionamento – período considerado mais crítico para os pequenos negócios. É o que revela pesquisa realizada pelo Instituto Vox Populi, encomendada pelo Sebrae (Serviço de Apoio à Pequena Empresa), com empresas abertas entre 2003 e 2005. A boa notícia é que a taxa de sucesso cresceu: na última pesquisa, realizada com empresas abertas entre 2000 e 2002, a sobrevivência era de 50,6%, em nível nacional. No Paraná, 413 micros e pequenos empresários foram entrevistados entre os meses de abril e junho.  

?O que percebemos é que as empresas que morreram nunca procuraram o Sebrae. Queremos tirar o Sebrae da sombra?, afirmou o diretor-superintendente do Sebrae-PR, Allan Campos Costa, que assumiu a nova função semana passada. ?Antes, de cada cem empresas abertas, 50 morriam antes de completar dois anos. Agora, o número foi reduzido para 25. Muitos não procuram apoio simplesmente porque não sabem que tipo de auxílio o Sebrae presta.?

A pesquisa apresenta dados interessantes, entre eles o de que 56% das micros e pequenas empresas paranaenses são familiares e 86% dos funcionários têm carteira assinada. ?A idéia de que a micro e pequena empresa não gera emprego formal não é verdade. Tanto que mais de 80% dos empregos são com carteira assinada. A questão é criar condições para que a empresa venha a se formalizar?, apontou Costa.

O superintendente lembrou que a Lei Geral de Pequenas Empresas – que criou, entre outros itens, o SuperSimples – prevê uma série de facilidades, como linha de crédito com juros menores, processo de desoneração tributária e acesso das pequenas a licitações públicas. Porém, para ser aplicada, precisa ser regulamentada pelos estados e municípios. ?Nosso objetivo é conseguir mobilizar a classe política para que os 399 municípios paranaenses tenham a lei regulamentada até o final de 2008?, afirmou Costa.

Perfil

De acordo com Allan Costa, o perfil do empreendedor vem mudando. ?Até anos atrás, o empreendedor surgia por necessidade, uma pessoa que ganhou a conta, e o negócio representava uma maneira de subsistência. Hoje, há muitos estudantes que saem das faculdades e, ao invés de buscar o primeiro emprego, resolvem abrir negócio próprio?, apontou Costa. A pesquisa revela, ainda, que o sucesso do empreendimento está relacionado à origem do capital: quem conta com recursos próprios tem mais chances de sobreviver; já o empresário que recorre a empréstimos financeiros corre maior risco de ter o negócio frustrado. 

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