Paraná terá 40% de soja transgênica nesta safra

A soja transgênica deve ocupar 40% da área a ser plantada no Paraná na safra 2006/2007. A estimativa é da Associação Paranaense de Sementes e Mudas (Aprasem) e se refere apenas a sementes certificadas; incluindo sementes ilegais, o índice pode subir até 70%. Já a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) aposta que metade da safra paranaense, que começa a ser plantada na segunda quinzena do mês, será formada por soja geneticamente modificada. Em nível nacional, a soja transgênica deve ocupar 40% da área, conforme estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes (Abrasem).  

?Produzimos este ano cerca de 5 milhões de sacas de sementes de soja. Desse total, quase 40% são de soja transgênica?, afirmou o presidente da Aprasem, Luiz Meneghel Neto. Faltando poucos dias para o início do plantio, Meneghel conta que a maioria dos produtores rurais do Paraná já comprou sementes. ?O Paraná produziu bem mais sementes do que consumiu. O excedente (cerca de 1,5 milhão de sacas) vai para outros estados, como São Paulo e sul de Minas Gerais?, explicou. O quilo da semente transgênica está sendo vendida entre R$ 0,65 e R$ 0,70, segundo Meneghel. ?Esse preço está no limite. Para muitos, é um valor que sequer está cobrindo o custo?, apontou.

No Paraná, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Coodetec (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola) detêm juntas mais de 85% do mercado de sementes transgênicas. A Embrapa tem oito variedades transgênicas para o Paraná, enquanto a Coodetec, quatro.

Semente pirata

O presidente da Aprasem alertou sobre as sementes piratas, que são trazidas de forma irregular para o Paraná. ?Essas sementes podem trazer enorme prejuízo ao produtor. Elas são feitas sem qualquer controle dos órgãos competentes e, mesmo que germinem, podem ter vigor baixo?, advertiu. Segundo Meneghel, o preço da semente pirata não é tão menor que o da certificada – varia entre R$ 0,55 e R$ 0,60, contra R$ 0,65 e R$ 0,70 da semente legal. ?O produtor pode achar que terá alguma vantagem comprando a semente pirata, quando na verdade estará colocando em risco o seu sistema de produção?, alertou.

Para a safra do ano que vem (2007/2008), a expectativa da Aprasem é que a soja transgênica responda por 70% da área plantada. ?A semente resistente ao glifosato oferece maior facilidade no manejo e redução de custo de 10% a 15%. Isso não significa que um produtor que plantar semente transgênica não voltará a produzir soja convencional. É uma opção dele?.

Cooperativas

Para o gerente técnico-econômico da Ocepar, Flávio Turra, a soja transgênica deve ocupar cerca de 50% da safra paranaense 2006/2007. Na safra passada, a proporção era de 35%, segundo Turra. Para o técnico, a ?fase de experimentação? da semente geneticamente modificada já passou. ?Quem plantar este ano já conhece o produto e vai usar a tecnologia para ter um custo menor?, afirmou. Sobre a aceitação do produto no mercado internacional, Turra afirmou que não há restrições. ?O mercado que exige soja convencional é muito pequeno e por isso não paga a mais pelo produto?.

Entre as cooperativas, a Cocamar é uma das que terá aumento na produção de soja transgênica: de 8% no ano passado para 30% este ano. No Paraná, a estimativa é que a soja ocupe este ano área de 3,91 milhões de hectares – aumento de 0,7% em relação à safra anterior. A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento não divulgou a expectativa sobre a produção de transgênicos.

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