Paraná oficializa recusa de R$ 1,5 milhão

O diretor-geral da Secretaria da Agricultura, Newton Pohl Ribas, vai entregar hoje ao Ministério da Agricultura, em Brasília, um ofício assinado pelo governador Roberto Requião e pelo vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, onde explicita a decisão do Estado em não aceitar a ajuda financeira no valor de aproximadamente R$ 1,5 milhão, que seriam usados no combate à febre aftosa. O documento será entregue durante reunião com o secretário nacional de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel.

No ofício, o governo do Paraná declara que, devido ao pequeno valor oferecido pelo governo federal e à gravidade da situação em Mato Grosso do Sul, decorrente da confirmação de mais três focos da doença, o recurso deveria ser aplicado no estado vizinho. O documento também traz a decisão do governo do Paraná de colocar à disposição do Ministério da Agricultura e do governo de Mato Grosso do Sul equipe técnica e equipamentos necessários para auxiliar os trabalhos que visam combater a doença e impedir que o vírus atinja outras regiões.

Socorro

O governo de Mato Grosso do Sul criou um fundo de emergência para socorrer os produtores rurais dos cinco municípios da zona tampão, que estão impedidos de vender seus produtos. O governador Zeca do PT destinou um valor inicial de R$ 500 mil para ajudar as cidades. O próprio governo admite que o valor é insuficiente para compensar a falta de renda provocada pela interrupção da atividade pecuária na região. E informou que buscará a ajuda do governo federal para ampliar o volume de recursos.

Apenas em Japorã, município formado por pequenas propriedades rurais, o prejuízo da pecuária de leite e de corte é de R$ 2,3 milhões por mês. ?Não devemos ficar olhando apenas o valor do fundo, que é insuficiente. Mas a formação do fundo já é um aceno de que o governo do Estado tenta amenizar a crise?, diz João Alves Calixto, coronel e coordenador da Defesa Civil de Mato Grosso do Sul. Como representante do governo do Estado, Calixto esteve ontem no protesto promovido em Japorã pela comunidade local e pediu aos sitiantes o compromisso de informar sobre problemas nos animais do rebanho.

O município de Japorã decretou ontem estado de emergência e aguarda apenas a publicação do decreto no Diário Oficial do Estado para o devido reconhecimento legal. O município de Eldorado também está nesta situação. A prefeita de Eldorado, Mara Elisa Navacchi Caseiro, afirmou que o valor do fundo de emergência não dará conta das demandas, mas preferiu considerar como o primeiro passo para uma ajuda maior.

Sem risco

Temendo queda no consumo de carnes e leite depois da descoberta de focos de febre aftosa no País, o Ministério da Agricultura divulgou ontem uma nota esclarecendo que a doença não representa risco para a saúde humana. De acordo com o Departamento de Saúde Animal, o consumo de carne não representa nenhum risco para a saúde humana no que se refere à doença. ?Em adultos, a infecção clínica é rara e provavelmente está associada a uma sensibilidade excepcional, de origem desconhecida?, informaram técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária.

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