Paraná não foi atingido por maré vermelha

O fenômeno conhecido como maré vermelha – provocado pela proliferação do dinoflagelado Dinophysis acuminata – registrado na última semana nos litorais do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, está provocando queda nas vendas de ostras e mariscos nas praias paranaenses. ?As pessoas tiveram contato com o problema nos noticiários e ficaram assustadas, mas o Paraná não teve maré vermelha?, afirma o professor da Universidade Federal do Paraná Antônio Ostrensky.

O professor coordena o projeto Cultimar, que dá suporte técnico a produtores de ostras no litoral do Estado e realiza controle de qualidade semanal nas produções. ?Logo após as veiculações da maré vermelha, fomos surpreendidos com a repentina queda nas vendas?, conta Ostrensky, que acrescenta que o fato pode ter um impacto muito negativo na economia da região, já que o grosso das vendas de ostras é feito na temporada de verão.

Entre outros fatores, a elevação da temperatura da água pode provocar a proliferação do dinoflagelado. Segundo Ostrensky, o animal produz uma substância tóxica que é retida por ostras, mariscos e mexilhões, o que pode causar diarréia e vômitos em quem os consome. ?Mas quem está no Paraná pode consumir sem problemas os moluscos, já que não foi registrada a maré vermelha por aqui?, garante. A Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual da Saúde também diz que a Paraná está livre do problema e que o consumo de moluscos no litoral está liberado.

O produtor e dono de um restaurante na Baía de Guaratuba, Hamilton Kichner, diz que nos últimos três dias as vendas de ostras caíram de 50% a 60%. ?Ainda não tivemos um impacto econômico muito grande, mas se a situação persistir, certamente o prejuízo será grande?, afirma.

Para quem for a Santa Catarina, também não há mais necessidade de preocupação com o consumo de ostras, já que a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) autorizou a coleta, colheita e comercialização de ostras e vieiras em Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu, no litoral catarinense, que estavam impedidas de comercializar o produto desde o último dia 18. No entanto, continua proibida a venda de mexilhões e berbigões nesses locais. 

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