SALDO AINDA POSITIVO

Paraná gera 9,2 mil empregos a menos que em março de 2010

O Paraná registrou um saldo de 13.927 empregos formais em março deste ano, segundo o acompanhamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta terça-feira (19) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Embora represente uma variação positiva em relação ao mês anterior, de 0,58%, o número ficou bem abaixo dos 23.197 mil postos de trabalho atingidos em março de 2010. Mesmo sendo uma diferença de 9,2 mil vagas em relação ao mesmo mês do ano passado, a perda de ritmo na geração de empregos ainda não abala o otimismo na economia.

“As medida macroprudenciais do governo federal para conter a inflação não afetaram de maneira substancial o desenvolvimento da economia, tanto que os percentuais de crescimento seguem positivos e em um ritmo mais lento, conforme já se esperava em 2010”, avalia o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lourenço. Ele reconhece que uma parte da manutenção do saldo positivo de vagas se deve ainda à inércia dos sucessivos recordes de criação de empregos em 2010. “Existe uma incerteza se é só inércia ou uma postura diferenciada no empresariado. Eu aposto na segunda opção, pois em outros tempos qualquer medida restritiva impactava em desemprego. Agora, o empresariado sinaliza uma confiança no futuro do país, com uma visão de médio e longo prazo. Eles não querem reduzir os quadros, só em última instância, porque acreditam em um desenvolvimento econômico contínuo de nossa economia, mesmo a taxas menores”, analisa.

Ele também afasta as previsões mais severas de que a inflação atual comece a desarranjar toda a economia. “A inflação atual não tem nada a ver com aquela da década de 80. Na época, não contávamos com meios de controle eficientes, nem tínhamos expectativa de futuro para os próximos cinco ou dez anos, e agora temos. Mesmo que ultrapasse o teto inflacionário previsto para este ano, temos condições de sustentar um crescimento apenas calibrando tais instrumentos de controle inflacionário”, comenta.

O desempenho do Paraná no primeiro trimestre deste ano reforça a expectativa otimista de Lourenço. O saldo de empregos ficou em 50.935, 2,14% acima do último trimestre de 2010. Em 2010, o primeiro trimestre exibia um saldo de vagas bem próximo ao registrado neste ano, de 50.818.

Por atividade econômica, o único setor que apresentou uma variação negativa, na comparação de março contra fevereiro de 2011, foi o da Construção Civil, com queda de 0,06. O percentual aponta para a estabilidade entre demissões e admissões. “Essa taxa mostra que a Construção Civil está operando em plena carga. Não está se contratando mais gente porque a mão de obra foi completamente absorvida por todo esse boom de obras”,explica.

Alta rotatividade

Ainda pelo Caged de março é possível notar que a região Sul concentra uma taxa de rotatividade acima da média nacional – 5,51% contra 4,60%. No Paraná, o índice é de 5,32%. Dentre as regiões metropolitanas do país, a Grande Curitiba é a primeira colocada nesse quesito, com 5,42%, contra 4,32% do percentual nacional. Para o presidente do Ipardes, essa tendência é compatível com o grau de desenvolvimento da economia. “Quanto maior é o crescimento da região, mais disputa há entre a indústria, o comércio e, no caso brasileiro, na construção civil, com a retomada dos projetos de infraestrutura. Como parte da mão de obra desses setores está em uma faixa salarial de até R$ 1,8 mil, é natural que 5% a mais na oferta gere essa mobilidade”.

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