Para Dilma, crise é profunda e afeta a todos

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, avaliou nesta quinta-feira (18) que a crise financeira internacional é de fato mais profunda e afeta todo o sistema internacional de crédito. “Não sei se alguém pensava que ela (crise) era mais leve”, ponderou. Para a ministra, a crise encontra o Brasil na situação “de maior fortalecimento dos últimos tempos”.

Ela listou, como evidências dessa condição, o patamar de reservas internacionais (cerca de US$ 205 bilhões), o crescimento econômico estimulado pela demanda interna e a diversificação das exportações. Por isso, considerou que o Brasil tem condições de resistir de forma consistente à crise, mas mesmo assim se manterá atento a seus desdobramentos. “O investimento vai continuar crescendo acima do crescimento do Produto Interno Bruto”, projetou, dizendo que as dificuldades eventuais decorrentes da restrição do crédito serão enfrentadas “prontamente”.

“Não é possível dizer que situação é um passeio, mas também não é nenhuma catástrofe como acontecia no passado”, avaliou, comparando a conjuntura atual a crises financeiras anteriores, como a asiática, da Rússia e da Argentina, quando o Brasil entrava “em estresse absoluto”. Ao relacionar a situação atual com o passado, Dilma ressaltou que “chegamos ao ponto de, em 2002, não termos em caixa US$ 14 bilhões”, para lembrar que as reservas somam cerca de US$ 205 bilhões atualmente, dando “robustez” para enfrentar as dificuldades.

Dilma participou da solenidade de batismo da plataforma P-53 da Petrobras, no Porto Novo de Rio Grande (RS). Em discurso no evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também fez referência à crise e as condições da economia brasileira, destacando a diversificação das exportações, que indicam menor dependência do fluxo comercial com os Estados Unidos. Há dez anos, as exportações aos EUA representavam cerca de 26% das vendas brasileiras e atualmente somam 15%, comparou Lula. O presidente disse que uma recessão nos Estados Unidos poderia trazer prejuízos a todos os países, mas considerou que o Brasil deve sofrer pouco estas conseqüências, se a economia norte-americana entrar em retração.