Países ricos vão a Celso Amorim para salvar Rodada Doha

Vinte e quatro horas depois do colapso das negociações entre Brasil, Índia, Estados Unidos e Europa (G-4) em Potsdam, na Alemanha, para fechar um pré-acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC), as autoridades comerciais americanas e européias procuraram o chanceler Celso Amorim em Genebra para estudar como reiniciar um diálogo que, na avaliação do Itamaraty, poderá servir para tentar salvar a Rodada Doha.

O chanceler, porém, voltou a insistir que as flexibilidades terão de ser mostradas mais por parte dos países ricos que pelos emergentes. "Não há mais um rompimento (nas negociações). Ficamos de manter contato e há o desejo de se retomar o processo", apressou-se a afirmar Amorim, ainda que confesse não saber como a negociação ocorrerá. Na semana passada, o G-4 não conseguiu superar as diferenças sobre a abertura do mercado de bens industriais dos países emergentes e dos cortes de subsídios e tarifas agrícolas nos países ricos. Tanto Washington como Bruxelas culparam especialmente o Brasil pelo fracasso diante das posições consideradas "intransigentes"

Ontem, com ar de vitória, Amorim fez questão de declarar que a iniciativa de estabelecer contato partiu da representante de Comércio dos EUA, Susan Schwab, e do comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson. "Caiu a ficha e agora eles estão correndo atrás do Brasil", afirmou, insinuando que sem o País não haverá um acordo. Para negociadores experientes da OMC, já há quem fale em "venezuelização" da política comercial brasileira diante de atitudes como as de Potsdam. A avaliação de que estariam correndo atrás do Brasil também foi rejeitada pelos europeus.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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