Operadores do porto terão que construir pátios

O superintendente da Associação dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, solicitou ao prefeito de Paranaguá, Mário Roque (PSDB), que cobre das operadoras privadas do porto a construção de estacionamentos próprios, conforme prevê uma lei municipal aprovada há oito anos. A fila de caminhões para descarga no Porto de Paranaguá, formada na BR-277 desde as primeiras horas de segunda-feira, deixou Eduardo profundamente irritado com as operadoras privadas. Ele alegou que as empresas são as culpadas pela fila, pois não estariam descarregando os caminhões no ritmo ideal.

Eduardo disse que as empresas estão usando desse artifício por não concordarem com a nova maneira como o porto vem sendo administrado, principalmente na questão dos transgênicos. “Eles trazem os caminhões para cá e ficam fazendo politicagem com os preços. Aqui o caminhão pode ficar no máximo 48h, e não como alguns que estão aqui desde o dia 21”, afirmou. O superintendente se reuniu ontem com o governador em exercício, Orlando Pessuti, para avisá-lo da decisão. Na noite de segunda-feira, ele convocou representantes das empresas para comunicá-los sobre as novas normas de funcionamento do pátio e do próprio porto.

Requião determinou a imediata descarga dos 1,2 mil caminhões que estavam no pátio do porto. “Aqui não é estacionamento privado”, esbravejou, irritado com uma multinacional que informou que não estava operando por causa de um rato. Segundo o superintendente, o pátio é para triagem e a partir de agora só entrará nele quem já tiver a descarga programada. O registro de qualidade da carga, comprovando que não é transgênica, será exigido a partir do dia 1.º de fevereiro. Eduardo quer que as empresas paguem ao menos um real por hora aos caminhoneiros que ficam parados no pátio de triagem. Mesmo com a pressão de Eduardo, a fila no sentido porto continuava grande ontem, atingindo aproximadamente 17 quilômetros.

Modernização

Na reunião com os representantes das operadoras, Eduardo Requião disse que vai modernizar o porto, mesmo contra a vontade deles. Ele revelou que no ano passado foram perdidos US$ 12 milhões com irregularidades, como notas diferenciadas e cargas frias.

Ele destacou que a utilização do silo púbico pelas empresas privadas é um crime, mas vem sendo prática comum em Paranaguá. “Vou mudar isso aqui, no mínimo vinte pessoas vão ser trocadas”, afirmou, revelando que a produção do porto está muito aquém do esperado. “Nossa capacidade máxima é embarcar 180 mil toneladas de grãos por dia. No ano passado a média foi de 51 mil toneladas. Muito baixo. Este ano temos que elevar para no mínimo 100 mil toneladas por dia”, afirmou.

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