Negociação de contratos na BM&F bate recorde

A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) vai bater este ano o recorde de número de contratos negociados. O presidente da entidade, Manoel Félix Cintra Neto, adiantou que a média diária negociada no pregão vai se situar na casa dos 720 mil, acima dos níveis de antes da crise asiática, em 1997, quando a bolsa operava em níveis históricos de 600 mil contratos por dia. Os contratos futuros de DI, que projetam taxas de juros, continuam como principal produto da instituição, respondendo por 70% dos contratos. Esse porcentual equivale a uma média de 350 mil a 400 mil contratos por dia. O executivo acredita que o mercado de derivativos ainda tem muito espaço para crescimento.

Cintra Neto lembra que, em países com mercado financeiro desenvolvido, os negócios com derivativos normalmente correspondem a cerca de 25 vezes o Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil, essa média está em cerca de 9 vezes o PIB. O executivo revelou ainda que os contratos de emissão de carbono devem ser lançados pela BM&F no segundo semestre de 2005. A negociação desses ativos será feita na Bolsa do Rio, por sistema eletrônico.

Banco Santos

O presidente da BM&F avaliou que a crise no Banco Santos não pegou o mercado financeiro de surpresa. Segundo ele, os mecanismos de acompanhamento de mercado da bolsa já tinham identificado problemas, tanto que ao longo dos últimos 12 meses a BM&F reduziu as garantias que poderiam ser dadas pelo banco ao mercado. O executivo lembrou ainda que as regras da BM&F permitem que ela exija margens diferenciadas para cada participante.

Cintra Neto, no entanto, não revelou em quanto as margens do Banco Santos foram elevadas nos últimos meses. Ele se limitou a informar que as garantias oferecidas pelo banco eram, na maioria dos casos, em títulos públicos, que cobriram com folga a liquidação de suas operações. O total de margens da BM&F em 2004 caiu para US$ 13 bilhões, contra os US$ 25 bilhões verificados em dezembro do ano passado.

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