As diferenças nos preços do álcool combustível já passam de 21% entre os postos de Curitiba. Enquanto o litro da gasolina é vendido por R$ 2,299 a R$ 2,499 – uma variação de 8,7% -, a mesma quantidade de álcool pode variar de R$ 1,32 a R$ 1,599.
Os dados constam na última pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente a valores cobrados por postos entre os dias 11 e 17 de janeiro. Os valores médios aferidos pela ANP nas bombas são de R$ 2,441 para a gasolina e R$ 1,493 para o álcool.
De acordo com o promotor de justiça Maximiliano Ribeiro Deliberador, da Promotoria de Defesa do Consumidor de Curitiba, a situação no setor é tranquila e, mesmo que haja alinhamento de preços em alguns postos, não há indícios de valores combinados.
Para ele, os preços dos combustíveis em Curitiba estão compatíveis com o momento atual do País, e mesmo algumas oscilações que vêm acontecendo são vistas como normais pela Promotoria. “É uma questão de oferta e demanda. O mercado é livre, desde que não cometa abusos”, diz.
A única ressalva em relação aos combustíveis, segundo o promotor, é a posição da Petrobras em não diminuir os valores nas distribuidoras, apesar do baixo preço do petróleo no mercado internacional.
Porém, para o professor Rubens Mazzali, economista do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getulio Vargas (Isae/FGV), mesmo essa atitude deve ser vista com calma. “É normal essa discussão entre o mercado e a Petrobras. Mas, no fim, ninguém tem razão absoluta”, diz.
Segundo Mazzali, por mais que a queda no preço dos derivados de petróleo seja uma tendência, a Petrobras tem que agir com cautela e não pode seguir os valores internacionais muito de perto, já que eles oscilam muito.
“O mercado nunca vai entender se o valor subir. Quando os preços do petróleo explodiram, o valor nas bombas também não subiu na mesma proporção”, avalia.
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