Não há prazo para terceira pista do Afonso Pena

?A pista é uma realidade, vai ser construída. Mas não podemos falar em valores e nem datas?. Foi com estas afirmações que o superintendente de Planejamento e Gestão da Infraero, Eduardo Ballarin, se referiu ontem à construção da terceira pista no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais.

Ele veio a Curitiba à convite da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) para discutir o assunto com os empresários. Ballarin garantiu que a obra já está prevista no plano diretor da Infraero, que já existe uma área no aeroporto para o empreendimento, mas ainda não se sabe nem quando ela será colocada em prática, e nem quanto será gasto.

Um estudo da Fiep estimou que a terceira pista poderá custar R$ 200 milhões e garantirá a ampliação da capacidade operacional do aeroporto em 100%. Ballarin afirmou que o que existe de concreto para o ponta pé inicial na construção da terceira pista é uma área desapropriada no aeroporto.

?Mas os recursos ainda têm que ser estudados, pode ser que sejam só da Infraero, ou até mesmo uma parte do governo federal, e até da iniciativa privada. O problema atual é que há um clamor pela construção imediata, o que não pode ocorrer, sabemos que ainda vai demorar um pouco. Não posso dar um horizonte de datas?, afirmou.

Segundo o estudo da Fiep, das cerca de 14 mil toneladas de produtos industrializados exportados do Paraná via aérea, apenas 3% saem do Afonso Pena. Como explica o coordenador do Conselho de Comércio Exterior da Fiep, Ardisson Akel, os industriais gastam muito com a logística terrestre, pois grande parte das cargas tem que seguir por rodovias até São Paulo para somente depois entrar em um avião.

Os empresários estimam que este gasto adicional, por conta da falta de uma terceira pista no aeroporto, gira em torno de R$ 13 milhões por ano. Ele conta ainda que algumas empresas já deixaram de se instalar no Paraná por causa desta limitação. ?Sabemos de vários casos, mas prefiro não citar nomes. Sabemos de uma empresa de motores que optou por Campinas e desistiu do Paraná?, afirmou.

Apesar da construção ainda ser apenas uma possibilidade, o superintendente do Afonso Pena, Antônio Filipe Barcellos, considerou o encontro de ontem bastante positivo. ?Foi uma retomada de diálogo. Agora estamos dependendo da análise que a Infraero vai fazer dos estudos da Fiep e de tudo que foi discutido aqui hoje (ontem)?, disse.

A ampliação da pista principal do aeroporto e obras no terminal de cargas do local já estão previstas pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, com previsão de investimento de cerca de R$ 130 milhões.

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