eterno vilão

Não fosse outra alta do tomate, cesta básica teria barateado em Curitiba

O tomate manteve a trajetória de alta e foi, pela enésima vez, o “vilão” da cesta básica de Curitiba em março, que registrou variação de 1,33%, segundo o Dieese-PR (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná). Com o reajuste de 19,20% no mês passado, o produto é o campeão disparado de aumento de preços em 2011, com alta acumulada de 74,27%. Desde dezembro, quando começou a subir, o item já encareceu 95%.

De novembro de 2010 a março de 2011, o preço médio do quilo do tomate na capital quase dobrou, saltando de R$ 1,53 para R$ 2,98. “Se não fosse o tomate, a cesta básica teria registrado uma queda de 0,43% em março”, calcula o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. “Apesar do período de safra, os problemas climáticos ocasionaram perdas na produção de tomate, que é um produto muito sensível”, aponta.

Nove dos 13 itens pesquisados pelo Dieese-PR ficaram mais caros no último mês. Além do tomate, a batata registrou a segunda variação positiva consecutiva, o café manteve a trajetória de alta iniciada em setembro do ano passado, e o feijão voltou a subir, em função da entressafra. O item com maior queda de valor foi a banana (-12,54%), seguido pelo açúcar (-2,21%), que mesmo assim ainda se mantém num patamar elevado de preço. “Possivelmente o produto deve cair com a intensificação da colheita da cana de açúcar, mas a cotação internacional também pressiona porque o Paraná é um grande exportador”, observa Silva.

No primeiro trimestre, a cesta básica curitibana subiu 1,82% e nos últimos doze meses, 7,40%. O custo da alimentação essencial para um trabalhador da capital do Paraná foi estimado em R$ 248,42, o nono maior custo entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. A variação de 1,33% em março foi a quinta menor alta do País.

Para abril, “se o tempo ajudar, há uma grande possibilidade de queda na cesta básica”, sinaliza Silva. Isso porque, segundo ele, o tomate já está num patamar muito alto (perto de R$ 3 o quilo), e a intensificação das safras de açúcar e soja devem aumentar a oferta e permitir a redução dos preços ao consumidor. A carne, embora tenha encarecido no mês passado, deve voltar a baixar nos próximos meses, segundo o economista. “As altas em fevereiro e março foram motivadas pelas chuvas, que prejudicaram as pastagens e aumentaram os custos com a necessidade de complementar a nutrição animal com ração. A expectativa é de queda a partir de abril”, aponta.

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