Não é o momento para investir no dólar

São Paulo

  – Investir em dólar nesse momento é uma opção arriscada. Mesmo para quem já tem o ativo, decidir sobre vendê-lo ou não é uma atitude muito difícil no atual cenário interno e externo. Comprar moeda norte-americana quando se tem dívidas vinculadas a esse ativo é uma recomendação unânime entre os analistas, mas utilizá-lo como alternativa de investimento deve ser uma decisão mais cuidadosa.

O estrategista-chefe do HSBC Investment Bank, Dawber Gontijo, avalia que até a definição do próximo governo e de sua estratégia econômica adotada, as cotações da moeda norte-americana devem ficar muito voláteis. “O comportamento do dólar deve oscilar consideravelmente nas próximas semanas”, explica Gontijo.

Segundo ele, parte da alta acumulada pela moeda norte-americana nas últimas semanas reflete a incerteza sobre qual será o novo presidente. “Depois dessa definição, as cotações podem até recuar um pouco. A nossa expectativa é de que as cotações do dólar fiquem entre R$ 2,65 e R$ 2,70 a partir daí”, informa Gontijo.

O sócio da MCM Consultores e ex-diretor do Banco Central (BC), José Júlio Senna, completa que os pequenos investidores devem ter clara a correlação entre a taxa de risco País e as cotações do dólar. “É importante que o investidor perceba que não é a avaliação dele sobre o risco. É como os grandes investidores vêem a capacidade de pagamento da dívida do país”, avalia.

A partir dessa perspectiva sobre a taxa de risco País, o investidor analisa se deve ou não comprar dólares ou ainda se deve ou não vender seus ativos.

Diversificação

Na prática, a recomendação é de que o investidor não coloque todos os seus recursos em um único ativo. Portanto, ter apenas dólares em carteira não é uma boa estratégia de investimento. “A compra de dólares pode ser uma alternativa de investimento para quem quer diversificar as suas aplicações e, para quem precisa de proteção, é essencial”, informa Senna.

Para o estrategista-chefe do HSBC Investment Bank, quem tem dólares deve ficar muito atento aos comportamento das cotações e ter clara a idéia de que está com um ativo caro na carteira e muito arriscado nesse momento.

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