Mulher é discriminada e ganha menos no Paraná

A discriminação de gênero e escolaridade no mercado de trabalho formal permanece, apesar de todas as conquistas adquiridas na história das lutas feministas no século passado. Essa é a constatação do estudo feito pela Coordenadoria de Estudos, Pesquisas e Relações de trabalho (CRT), da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social do Paraná sobre a colocação profissional no Paraná e no Brasil.

A pesquisa confirma que há a discriminação da mulher no mercado de trabalho.

“Mesmo tendo as mulheres um aumento na escolaridade, seus salários são inferiores aos dos homens em cerca de 45%”, conta Elza Campos, coordenadora da CRT. O estudo leva em consideração dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, de 2001 e 2002.
No ano de 2002, o Paraná registrou um número de trabalhadores formais do sexo masculino quase uma vez maior que o número de trabalhadoras. Nos dados referentes ao Brasil, a proporção é a mesma. “Isso não significa necessariamente que há menos mulheres do que homens trabalhando, mas que há menos trabalhadoras com carteira assinada”, explica Elza.

A diferença entre os números diminui dependendo da escolaridade. “Mulheres mais instruídas são as que mais trabalham fora”, afirma a coordenadora. Isso se dá porque, segundo o estudo, os salários são melhores para essa classe de trabalhadores e compensam os gastos que surgem com a saída do lar, tais como contratação de domésticas, babás. Os números mostram que dobra a quantidade de trabalhadoras com curso superior completo em relação à quantidade de empregadas que ainda cursam uma universidade.

A discriminação encontrada no mercado de trabalho não foi verificada somente nos números de colocações formais. Os salários das mulheres são menores do que os dos homens. “A diferença é maior quanto maior for o nível de instrução”, diz Elza Campos. O salário de uma mulher analfabeta é, em média, 14% menor que o de um homem na mesma condição. Já o de uma mulher com curso universitário chega a ser 45% inferior à média masculina.

“A progressiva inserção da mulher no mercado de trabalho, sua crescente escolarização, sua participação nos movimentos sociais e nas lutas políticas mais gerais não conseguiram modificar as diferenças existentes no mundo do trabalho” conclui Elza Maria Campos. A CRT é uma iniciativa da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, responsável pela produção de estudos sobre mercado de trabalho no Paraná, com o objetivo de subsidiar as políticas na área.

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