Irregularidades

Ministério da Agricultura descobre fraude no setor de milho

Fiscais do Ministério da Agricultura descobriram, segundo relatórios obtidos pela reportagem, “práticas fraudulentas” em operações de pagamento de bônus pelo governo a compradores de milho. O esquema envolve o “Prêmio de Escoamento de Produto” (PEP), um programa em que o governo estabelece que os compradores agrícolas devem pagar, por leilão, um preço mínimo, acima do valor de mercado, aos produtores rurais para adquirir e transportar o milho.

Em troca de pagar mais, os compradores já recebem do governo um subsídio para compensar a diferença de preço. Os relatórios informam que esses compradores, após o leilão, exigem dos produtores, por fora, a devolução dessa diferença. Ou seja, recebem duas vezes, uma do governo e outra dos produtores. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao ministério, recebeu os relatórios sobre as fraudes entre maio e dezembro de 2010 e mesmo assim autorizou o pagamento do “prêmio”.

As fraudes, segundo os fiscais, foram identificadas “por meio de declarações, documentações apresentadas e confirmações atestadas pelos produtores rurais nos laudos de avaliação”. O Ministério da Agricultura confirmou que foi informado das irregularidades.

Desde o começo do ano passado até hoje, pelo menos R$ 236 milhões foram pagos aos compradores como “prêmio” por adquirir milho pelo preço do governo. Mais cerca de R$ 500 milhões faltam ser liberados, segundo o sistema eletrônico da Conab. Um dos objetivos do PEP é incentivar o escoamento da produção, até o destino, e garantir preço razoável aos produtores.

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