Mercado prevê juro e inflação menor

Brasília – A pesquisa feita pelo Banco Central com um grupo de cerca de 80 instituições financeiras e empresas de consultoria, na última semana, mostrou mais uma vez queda em todas projeções de inflação medidas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As projeções para o IPCA de 2003 recuaram pela terceira vez consecutiva, e caíram de 11,84% para 11,59%.

O novo valor estimado é o menor desde o levantamento de 5 de fevereiro, e também veio num nível inferior aos 12,13% previstos há quatro semanas. O porcentual, no entanto, ainda está acima da meta ajustada de 8,5% já sinalizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu na semana a taxa Selic de 26,5% para 26% por entender que “as projeções de inflação indicavam convergência às metas”.

As estimativas de IPCA em 12 meses à frente recuaram, na mesma pesquisa divulgada ontem, de 7,43% para 7,39%. Apesar de menor que os 8,5% de meta para 2003, o porcentual estimado é superior aos 5,3% projetados pelo BC em seu último Relatório de Inflação para o final do terceiro trimestre do próximo ano. As previsões de IPCA para 2004 contidas na mesma pesquisa foram reduzidas, ao mesmo tempo, de 7,43% para 7,39%, ficando ainda acima da meta ajustada de 5,5% já fixada pelo Copom para aquele período.

Confirmados os rumores de mercado de que a meta de inflação de 2004 será elevada hoje pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,75% para 5,5%, o porcentual projetado na pesquisa de 7,39% para o IPCA do próximo ano já estaria dentro da margem de variação de 2,5 pontos porcentuais admitidos no sistema de metas.

A pesquisa do BC captou, ao mesmo tempo, uma redução das previsões de IPCA para junho de 0,44% para 0,40%, e uma queda das estimativas de julho de 1,27% do levantamento anterior para 1,20%. As duas revisões formam uma seqüência de quatro reduções consecutivas de projeções para ambos os meses, que há quatro semanas estavam em 0,60% e 1,40%, respectivamente.

Julho

As previsões de mercado para a taxa Selic ao final de 2003 e do próximo ano, no entanto, permaneceram estáveis em 21% ao ano e 16,50% ao ano. A pesquisa do BC, ao mesmo tempo, captou uma redução das estimativas de mercado para a taxa Selic no final de julho de 25,17% para 25%, apontando para a possibilidade de corte de um ponto nos juros na próxima reunião do Copom.

As estimativas para o final de junho continuaram nos 26% da pesquisa feita uma semana antes da decisão tomada pelo Copom. As projeções de taxa de câmbio para o final de julho caíram, ao mesmo tempo, de R$ 3,07 para R$ 3,05, enquanto as previsões para o fim de junho ficaram estáveis em R$ 3.

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