A análise da previsão econômica dos especialistas do mercado, divulgada ontem pelo Banco Central, pode indicar duas direções: a primeira, de que há tranqüilidade e portanto o índice de inflação previsto deve ficar estável, ou então o mercado está passivo, à espera de alguma novidade, e prefere esperar (ou pagar para ver). O Boletim Focus, divulgado todas as segundas-feiras, informa que o mercado prevê que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) será de 5,54% neste ano, uma redução de apenas 0,01 ponto percentual em relação a previsão anterior.
Embora pequena, é a décima primeira vez que os analistas reduzem para baixo o índice de inflação oficial do governo. Esse valor está agora mais próximo do objetivo do BC, que é uma inflação medida pelo IPCA de 5,1% em 2005.
Para o ano que vem, a expectativa do mercado foi mantida em 5%. A meta de inflação em 2006 é de 4,5%.
A previsão para o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) também caiu e passou de 4,04% para 3,80%. Para o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), a expectativa passou para 4,11%, era de 3,80%.
Sobre a taxa de juros, a Selic, o mercado manteve também a expectativa de que a taxa caia para 17,88% até o final do ano. Hoje ela está em 19,75% ao ano.
Na semana passada, quando divulgou a ata da última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC reafirmou que manteria a taxa nesse patamar por um período ?suficientemente longo de tempo?.
Sobre o crescimento da economia, a expectativa foi mantida em 3% para 2005. No ano passado o PIB (Produto Interno Bruto) teve um crescimento de 4,9%. O crescimento esperado para o ano que vem foi mantido em 3,5%.
Assim como as previsões para o IPCA e para o PIB, o mercado também manteve sua expectativa em relação ao superávit comercial. Os analistas esperam um saldo positivo de US$ 37 bilhões neste ano. No ano passado, foi de US$ 33,696 bilhões.
Ainda de acordo com o boletim Focus, o mercado manteve em R$ 2,55 a cotação esperada para o dólar até o final do ano.