Mercado já discute fusão das telefônicas

Rio

(AG) – O processo de fusão das empresas de telefonia que operam no país, esperado para acontecer em 2003, deve ganhar força com o escândalo contábil da WorldCom – controladora da Embratel – que veio à tona na terça-feira. Segundo especialistas do setor, as empresas precisam se unir para enfrentar a queda da demanda e obter financiamento no mercado.

– Se antes já era difícil, a falta de credibilidade junto aos bancos agora será muito maior devido ao caso WorldCom.

Segundo a legislação em vigor, no entanto, apenas a partir de julho de 2003, quando a privatização da Telebrás completar cinco anos, será permitida a troca do controle acionário das operadoras. O risco de a WorldCom quebrar, pondo em risco a prestação do serviço da Embratel, porém, pode fazer com que o governo decida flexibilizar a lei.

– Daqui para a frente veremos aumentar a pressão sobre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que se permita a fusão entre as empresas – disse o analista do Yankee Group Fábio Zaffalon.

Para Wagner Roque, da RCW Consultoria, mesmo sem o escândalo da WorldCom não haveria espaço para muitas empresas atuando no país.

Se o governo alterar as regras do setor, a Embratel terá três opções, segundo Zaffalon. O primeiro seria a venda para outra empresa, como Telefônica, Brasil Telecom ou Telemar. Uma possível candidata estrangeira seria a mexicana Telmex, que já anunciou sua intenção de crescer no Brasil.

Outra saída seria a divisão da Embratel em duas empresas, uma com o segmento de voz e outra com o de dados (mais rentável), para posterior venda. A última e mais improvável solução seria devolver a concessão ao governo.

Voltar ao topo