PARA COMBATER O FRIO INTENSO

Mercado de calefação e pisos aquecidos ganha espaço na capital

Ao contrário de outras cidades que também sofrem com um forte inverno, Curitiba não tem a maior parte dos seus espaços adaptados para que o frio não penetre nas construções. Calefação ou estruturas especiais estão restritas a uma pequena parcela de estabelecimentos comerciais, mas não nas residências.

Mas há novidades por aí. O setor imobiliário procura alternativas e o mercado de pisos aquecidos e de calefação tem ganhado volume nos últimos anos. Na opinião de especialistas, a tendência é que esses equipamentos sofram redução no preço nos próximos anos.

Aliocha Maurício/O Estado
Equipamento deixa o toalheiro aquecido nos banheiros. Novidade para todos os tipos de clientes

De acordo com o consultor do mercado imobiliário Marcos Lahtalian, dá para dizer que essa preocupação com novas construções que protejam as pessoas do frio já está presente, principalmente em obras de padrão médio ou alto. “Normalmente, custos de captação são significativos, mas me parece que em Curitiba a questão do frio faz com que empreendimentos de face norte com melhor incidência solar sejam mais valorizados. Essa valorização existe tanto na escolha do terreno como na construção. Existem algumas empresas que se preocupam com isso na construção, de alvenaria mais adaptada, mas não é generalizado”, avalia.

Mais do que projetar construções adaptadas, a tendência mais acentuada na cidade é de deixar os ambientes preparados para a possibilidade de instalação de aparelhos de aquecimento, pensando no conforto térmico. Com o setor da construção civil em expansão, existe uma tendência para barateamento desses equipamentos de aquecimento, o que inclui os próprios aquecedores, ar-condicionado com dupla função e sistemas de calefação. “Isso deve acontecer em um prazo não muito longo. Como a construção está ganhando escala, esses equipamentos também devem acompanhar esse mercado. É uma tendência positiva que pode provocar redução de preços”, estima Lahtalian.

Produtos importados

Empresas que atuam em Curitiba já comercializam produtos importados, principalmente europeus, como aquecimento de piso e toalheiros elétricos. As novas tecnologias permitem instalar o sistema para esquentar o piso em qualquer tipo de material, como porcelanato, cerâmica, piso de madeira maciço, piso de madeira laminado, mármore e granito, embora as superfícies mais frias sejam mais recomendadas.

Um piso aquecido – que promete não ressecar o ar – e sem barulho incômodo pode elevar a temperatura do ambiente para até 30 graus e pode ser programado para ligar e desligar, antes de chegar em casa ou acordar, por exemplo. O gasto estimado é de 1 kW/h por metro quadrado, ao dia, de acordo com a Tech House, uma das empresas especializadas na venda desse tipo de aparelho.

A instalação custa a partir de R$ 100 o metro quadrado e pode ser colocado durante a construção ou reforma de um cômodo. Em outros países, um novo método desenvolvido é de um porcelanato específico, já fabricado com especificações para ser aquecido.

Quem não quer quebra-quebra de piso ou não pretende gastar com isso tem a alternativa de instalar uma placa de aquecimento na parede, que pode ser feita sob medida a partir do tamanho do ambiente onde o equipamento dele ser instalado. Uma placa de 60×60 centímetros aquece uma área de 9 a 12 metros quadrados, podendo sair a partir de R$ 650.

Aliocha Maurício/O Estado
Letícia Kaufeld, uma das proprietárias da Tec House: “Procura depende do perfil do cliente”.

“A procura depende muito do perfil do cliente. Se é uma pessoa que gosta de ficar cozinhando aos finais de semana para os amigos, o piso é colocado na cozinha, se são pessoas que veem muitos filmes na sala, é esse o ambiente escolhido para o aquecimento. E tem aqueles que querem colocar o sistema em todos os ambientes”, conta uma das proprietárias da Tech House, Letícia Kaufeld.

Outro produto sazonal para esse frio é o toalheiro aquecido, que pode custar de R$ 225 a R$ 1.431, dependendo do tamanho e modelo. “São produtos de luxo, mas não com preço de luxo, pelo conforto e durabilidade”, avalia Letícia.