Mercado aliviado derruba cotação do dólar

O dólar fechou ontem em queda de 0,87%. Foi a maior baixa percentual em três meses. A moeda americana encerrou o dia vendida a R$ 2,829, o menor valor em três semanas. O recuo da cotação refletiu a sensação de alívio no mercado global após o candidato democrata John Kerry admitir a vitória do presidente dos EUA, George W. Bush. Antes, havia o temor de que uma denúncia de fraude desencadeasse uma batalha na Justiça, como ocorreu em 2000.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou alta de 1,64%, movimento financeiro de R$ 1,373 bilhão e 23.655 pontos.

Nas últimas semanas, alguns bancos estrangeiros divulgaram relatórios com alarmes sobre o risco de incerteza eleitoral nos EUA. Mas, os medos ou especulações tornaram-se infundados.

Em discurso, Kerry admitiu a reeleição de Bush. Antes ligou para o rival para reconhecer a derrota. Segundo a Casa Branca, em resposta ao telefonema, Bush disse que Kerry era um “oponente admirável”.

Com a queda de ontem, o dólar se aproxima do menor valor (R$ 2,79) alcançado neste ano, em janeiro. Mas a moeda americana poderá sofrer alguma pressão com a proximidade do vencimento de uma dívida cambial no próximo dia 10.

O Banco Central anunciou, na segunda-feira passada, que vai resgatar toda a dívida de US$ 656 milhões. Os bancos credores costumam inibir uma queda do dólar, a fim de garantir a melhor taxa possível para o resgate dos papéis. A média oficial do dólar (“ptax”) da véspera do vencimento é usada pelo BC para corrigir o preço dos títulos.

O objetivo do BC de não rolar os títulos cambiais é reduzir a exposição da dívida pública às oscilações do câmbio. Essa estratégia foi um dos fatores citados pelas agências de classificação de risco para elevar o “rating” (nota de crédito) do Brasil em setembro.

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