Meneguette reeleito para presidência da Faep

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, foi reeleito ontem para um mandato de mais três anos à frente da entidade. O nome do engenheiro-agrônomo e empresário encabeçou chapa única, confirmada por presidentes dos sindicatos rurais de todo o Paraná, em votação realizada na sede da Faep. Meneguette obteve 98 dos 99 votos válidos.

Durante a assembléia geral, Ágide Meneguette fez uma análise do que será 2006 para o setor agropecuário. Este ano, segundo ele, deve marcar a fase mais aguda da crise iniciada ainda em 2004. Crise acentuada pelo câmbio na faixa de R$ 2,20/2,30, custos de produção elevados, queda de renda e endividamento do setor.

Nesta difícil travessia, analisou Meneguette, o mínimo que os produtores precisam é que os governos, federal e estadual, não continuem a criar armadilhas e embaraços, como têm feito sistematicamente desde o início dos atuais mandatos. Meneguette garantiu que a entidade que dirige permanecerá atenta, agindo incisivamente na defesa dos interesses do homem do campo o que se tornou uma marca do comportamento de sua gestão.

O presidente da Faep disse que, se o setor não permanecer atento, pode ser apanhado de surpresa por armadilhas plantadas pelos governos. Exemplo disso foi a tentativa do governo federal de antecipar a cobrança do imposto de renda dos produtores, em 2004. Depois, veio a polêmica tentativa de criação das unidades de conservação de Ponta Grossa, Tuneiras do Oeste e Palmas, sem ouvir as comunidades rurais. A federação e os sindicatos denunciaram a manobra, e todo o processo teve que ser refeito.

Há anos a Faep tem alertado também sobre o sucateamento da infra-estrutura de transportes, e só agora, em ano eleitoral, o governo resolve tapar os buracos. ?É um crime ter tanto dinheiro em caixa e deixar que os produtores rurais percam dinheiro por conta de um aumento no custo de transporte, em razão do sucateamento das vias de escoamento?, disse Meneguette.

Em relação ao governo estadual, os embaraços não ficam atrás. Do funcionamento do Porto de Paranaguá, depende em grande parte o custo dos fretes e, em conseqüência, o preço recebido pelos produtores. ?A deficiente administração do porto é responsável por boa parte de nossos prejuízos?, disse Meneguette. A obstrução do embarque de soja transgênica é outro ponto que levou a entidade aos tribunais, contra o governo, para evitar a contínua perda de recursos para a agricultura paranaense.

Para acentuar a crise de 2005, veio o foco de febre aftosa. Meneguette criticou o estardalhaço feito pelas autoridades estaduais, tentando reverter um fato consumado a partir de ações da própria secretaria da Agricultura. ?Quem anunciou a suspeita do foco foi o próprio secretário da Agricultura. De acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE, a simples suspeita de um foco de aftosa gera restrições internacionais iguais a de um foco comprovado?, lembrou ele. 

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