Meirelles: recente turbulência é ‘correção natural’

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, avalia a recente turbulência dos mercados internacionais como uma “correção natural” em meio ao processo de saída da crise financeira. Em entrevista concedida à Rádio Gaúcha de Porto Alegre durante visita ao Rio Grande do Sul, Meirelles afirmou que a turbulência gerada por preocupações e incertezas durante a recuperação da economia é “um processo normal”.

“Algumas correções são naturais. É um processo normal de saída de crise, com uma dificuldade maior ou menor de alguns países”, disse Meirelles na entrevista. Para ele, “a turbulência internacional é exatamente resultado das preocupações que existem hoje em função da questão de alguns países europeus, da dívida pública que cresceu muito nesses países, e da incerteza que isso se coloca”.

“Além de uma instabilidade natural de um processo de recuperação das economias dos países mais maduros, mas que é um processo sujeito a incertezas”, completou, em tom tranquilizador. Para manter o discurso otimista, o presidente do BC defende que “o importante é que no Brasil não temos esse tipo de dificuldade, o Brasil está saindo forte, está saindo bem”.

Câmbio

O presidente do BC avalia que houve “reversão importante” nas cotações do dólar nos últimos dias e disse esperar, sem citar números, que o preço da moeda possa “atingir um patamar de equilíbrio”. Na entrevista à Rádio Gaúcha, ele reafirmou a estratégia do BC de adquirir a moeda norte-americana para “absorver qualquer excesso de moeda estrangeira no mercado”.

Em entrevista de cerca de dez minutos, o presidente do BC foi questionado sobre a reclamação constante dos exportadores gaúchos, como os da indústria moveleira, que têm sofrido com as cotações do dólar no Brasil. Meirelles respondeu que o processo de valorização da moeda norte-americana “se reverteu um pouco”. “O dólar se desvalorizou no mundo todo em função de toda uma série de circunstâncias da economia americana. Aquela tendência de queda acentuada do dólar não se manteve. Houve já uma reversão importante nas últimas semanas, inclusive nos últimos dias”, respondeu.

“E o que se espera é que isso possa, de fato, atingir um patamar de equilíbrio no devido tempo. Que, de fato, tenha condições de maior estabilidade futura. Não só para o Brasil, mas para todos os países porque a instabilidade foi criada nos Estados Unidos”, completou, ao explicar que o BC não tem nem trabalha com qualquer meta para as cotações da moeda norte-americana.

O presidente do BC afirmou também que “o BC continua comprando reservas normalmente, absorvendo qualquer excesso de moeda estrangeira no mercado”. Para ele, essa estratégia é importante para “garantir estabilidade futura” do mercado cambial.

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