Meirelles reafirma combate à inflação

O presidente do Banco Central, Henrique Meirel-les, procurou não comentar a ata do Copom, considerada excessivamente pessimista pelo mercado, mas acabou fazendo uma defesa apaixonada do trabalho do governo contra a inflação. Meirelles disse que vai continuar firme no combate à inflação e que não vai sucumbir às pressões políticas, do mercado ou do setor produtivo.

“Agora que estamos acertando, querem que cometamos erros. É preciso enfrentar os problemas sem invenções e piruetas. O Brasil já tentou todos os planos B possíveis”, disse. “A inflação é a melhor forma de financiar surtos de crescimento, mas inflação alta não permite um crescimento sustentável. Sabemos hoje que não é um desempenho espasmódico que levará a um futuro que queremos”, afirmou.

Meirelles disse que, para continuar crescendo com estabilidade, o País precisa de um ambiente estável para que o investidor mantenha a confiança no País. “A sociedade brasileira não agüenta mais soluços ou bolhas que se desmancham no ar com a mesma facilidade com que foram infladas”, acrescentou.

“O crescimento inflacionário, porém, não se sustenta ao longo do tempo. E ainda pior do que isso, os efeitos perversos dessa desorganização socioeconômica se fazem sentir sobre os mais pobres e agravando nossas mazelas sociais que tanto deveriam nos envergonhar”, analisou o presidente do BC.

Pior dia

O presidente do BC também criticou a cobertura da imprensa sobre a tensão do mercado financeiro na quinta-feira.

“Alguns jornais classificaram o dia de ontem como o pior do governo Lula. Discordo. Para mim, o pior dia do governo foi o primeiro. Os números falam por si. No dia da posse, o risco-Brasil estava em 1.387 pontos e ontem (anteontem) fechou em 473; o dólar estava a R$ 3,52 e fechou a quinta feira a R$ 2,9; o C-Bond em 1.º de janeiro (do ano passado) estava cotado a 67,38% de seu valor de face e anteontem estava em 98,5%”, concluiu.

Voltar ao topo