Manifesto pede mudanças na economia

São Paulo (AE) – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou e endossou ontem o manifesto de um grupo de economistas, encabeçado pelo Conselho Federal de Economia, que pede mudanças na política econômica. Ao criticar a crise política atual, os economistas sustentam que há alternativas possíveis e listam dez sugestões. Uma delas é a proposta de redução imediata da taxa de juros para 2,5% ao ano. O grupo quer também que o valor do salário mínimo seja dobrado e os recursos do superávit primário sejam utilizados para investimentos públicos e não para o pagamento de juros.

?A corrupção de partidos e políticos é apenas a face mais visível de um processo mais profundo que somente pode ser corrigido com eficácia se o Estado for fortalecido e ?desprivatizado?. A privatização e a debilidade do Estado são as principais fontes de corrupção no Brasil?, afirmam, no documento batizado de ?A Crise da República?.

O grupo localiza a origem da crise atual na transição entre os governos militares e a Nova República, em 85. ?A crise (…) somente pode ser resolvida se os pilares do acordo que sustentou a transição da ditadura para a democracia, que foram protegidos e alimentados por todos os governos posteriores a ela até o momento, forem substituídos por um programa que atenda às demandas mais sentidas da população e resgatem a soberania nacional e popular que toda República digna deste nome deve possuir?, afirmam.

Para os economistas, ?o programa econômico e político concebido e aplicado inicialmente no governo de Fernando Henrique Cardoso, que ainda comanda o País, necessita ser súbita e urgentemente substituído?. Entre as sugestões estão ainda a de ?recuperar o controle governamental e público sobre o Banco Central e sobre a política monetária?.

O grupo é contra o acordo da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), que afetariam os interesses nacionais. Assim como era reivindicado nos anos 80s, os economistas querem uma auditoria pública da dívida externa.

Assinam o manifesto, além do presidente do MST, João Pedro Stedile, o presidente do Conselho Federal de Economia, Sidney Pascotto; o presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro, José Antônio Luuterbach; a presidente do Sindicato dos Economistas de Minas Gerais, Dirlene Marques, e o presidente do Sindicato dos Economistas do Rio Grande do Sul, Rafael da Cunha.

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