Malan: não há nada errado com a balança de pagamentos

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, procurou transmitir uma percepção positiva do balanço de pagamentos do Brasil. Em discurso de inauguração da seção do Distrito Federal do Instituto Brasileiro Executivo de Finanças (Ibef), Malan afirmou que não há nada fundamentalmente errado com o balanço de pagamentos brasileiro.

O ministro destacou a “virada” do saldo da balança comercial nos últimos anos, lembrando que as previsões iniciais do governo eram de que, em 2002, a balança teria um superávit de US$ 5 bilhões e que, agora, no início do oitavo mês, a balança já alcança um saldo positivo superior a US$ 4 bilhões.

Malan disse que está havendo uma gradual melhora nas contas externas, mas ponderou que, a combinação de um cernário internacional adverso, com restrição de liquidez e as incertezas relacionadas ao quadro eleitoral fez com que houvesse uma maior evidencia sobre “algumas questões que são vistas por algumas pessoas como de maior fragilidade”.

Ele citou o balanço de pagamentos e a dívida interna brasileira entre essas questões. Apontou também a redução do déficit em transações correntes nos últimos anos e previu que ele continuará declinante. Estimou para este ano um déficit em transações correntes em torno de Us$ 18,1 bilhõe s e investimentos diretos estrangeiros num valor “perto” desse total.

Malan destacou que o Brasil “tem todas as condições de continuar recebendo investimentos estrangeiros diretos”. O ministro relembrou que a dívida externa brasileira foi negociada e tem prazos longos. Observou que a necessidade de rolagem pelo setor público neste ano, de US$ 3,1 bilhões, já foi conseguida com a captação externa feita, de US$ 3,9 bilhões. “Não é aí que reside o problema”, disse.

Reconheceu que, neste momento de maior turbulência no mercado, as grandes empresas que têm dívida externa de médio e longo prazo enfrentam mais dificuldades, mas ressaltou a “grande inventividade” delas, pois algumas estão pagando suas dívidas, recomprando com deságio ou renegociando. Malan disse que a dívida externa de curto prazo das empresas está em torno de US$ 24,5 bilhões.

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