Malan espera crescimento de 3,5% em 2004

A economia brasileira deve crescer em torno de 3,5% no próximo ano, segundo previsão do ex-ministro da Fazenda e atual vice-presidente do Conselho de Administração do Unibanco, Pedro Malan. A projeção do ex-ministro é a mesma feita pelo Banco Central. Para Malan, a expansão econômica do País em 2004 pode ficar abaixo ou acima dessas projeções dependendo das expectativas que vão se consolidar para 2005.

A economia brasileira, segundo ele, será beneficiada pela melhora no cenário internacional. O ex-ministro projeta crescimento real (descontada a inflação) em torno de 4% para a economia norte-americana e de aproximadamente 2% para países da União Européia e Japão.

?É inegável que o cenário internacional melhorou em relação ao início deste ano. Em 2004 o que se vê é um cenário global favorável. Para muitos analistas será o melhor ano desse começo de século?, afirmou ele, durante evento da seguradora do Unibanco, em São Paulo.

Malan avalia que as principais incertezas que ainda prevalecem são em relação a uma ?inevitável correção?, ou seja, uma depreciação que deverá continuar ocorrendo no dólar em relação ao euro e outras moedas.

?Essas incertezas em relação a 2005 e 2006 à parte, o fato é que o ambiente para os próximos 12 meses é positivo no contexto internacional.?

Juro

A taxa de juro real brasileira, apesar de já se encontrar próxima de um dígito, continuará a declinar nos próximos seis meses, segundo avaliação do ex-ministro da Fazenda. O juro real (descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses) está em torno 11% ao ano.

Malan considera, porém, que o juro da economia brasileira deve continuar acima do registrado em outros países, principalmente daqueles que apresentam risco ?zero?, por diversos fatores. Ele destacou o histórico de altas taxas de inflação no Brasil.

O ex-ministro disse também que ainda há uma percepção de risco soberano (dos papéis da dívida externa) em relação ao Brasil, em razão da moratória da dívida brasileira em 1987.

O juro nominal (sem descontar a inflação) do Brasil está em 17,5%. A expectativa do mercado é que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central promova um novo corte na taxa entre um ponto e 1,5 ponto percentual no juro na reunião que termina hoje.

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