Lula quer dólar em R$ 2,40. Menos que isso, complica

São Bernardo do Campo

– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ontem, durante seu discurso na missa em homenagem ao Dia do Trabalho, celebrada na Igreja Matriz de São Bernardo do Campo (SP), que o governo não quer que a cotação do dólar caia muito. “Não queremos que o dólar caia demais porque temos responsabilidades com nossas exportações e precisamos que o dólar se mantenha em uma certa estabilidade”, disse.

Lula afirmou durante a missa estar confiante na queda do dólar e já conta com a cotação da moeda em R$ 2,40. Em testemunho durante a celebração, o presidente disse estar animado com o andamento da economia e lembrou as previsões pessimistas sobre a cotação do dólar e do risco-País. “Tinha gente que achava que [o dólar] ia a R$ 5 e agora estão reclamando que o dólar já está em R$ 2,91”, destacou em referência ao fechamento do dólar na quarta-feira.

Lula relembrou também que o Brasil colocou um milhão de títulos à venda nesta semana e que, na transação, conseguiu a maior cotação dos últimos anos.

“Oferecemos US$ 1 bilhão e apareceram US$ 6 bilhões. Vendemos pelo maior valor já pago por um título brasileiro”, disse. “Conquistamos a credibilidade que precisávamos conquistar”, completou.

Dirigindo-se a Vicentinho, Lula reforçou sua expectativa de que em breve o salário mínimo passe a valer US$ 100. “Se prepare que uma hora dessas eu vou entrar no Congresso Nacional e te comunicar que o salário mínimo já vale US$ 100”, disse. O presidente afirmou também que vai continuar participando da missa dos trabalhadores todos os anos e que a celebração vai servir como uma prestação de contas de seu trabalho ao povo brasileiro. “Duvido que alguém já tenha feito em quatro anos o que iremos fazer pelo povo pobre desse País”, destacou.

Sobre o programa Primeiro Emprego, que tinha o seu lançamento inicialmente previsto para o 1.º de Maio, Lula disse que o governo adiou o lançamento porque quer trabalhar melhor a proposta para que o programa entre em funcionamento assim que for lançado. O programa prevê a concessão de incentivos fiscais às empresas que derem oportunidades para jovens desempregados.

O ministro do Trabalho, Jacques Wagner, disse que o programa será lançado ainda este mês e está dependendo de revisão de parcerias de entidades internacionais para ser definido o volume de recursos disponíveis.

A entrega dos textos das reformas, ocorrida na tarde de anteontem, também foi mencionada pelo presidente. Para ele, a mobilização dos governadores em torno do tema é “histórica” e só será compreendida daqui a alguns anos. “Reunir 27 governadores, sendo que apenas três são do PT, não é fácil”, disse.

Lula também recordou sua trajetória política, desde os tempos de luta sindical até a chegada à Presidência da República e declarou que não quer ser lembrado, no futuro, apenas por um quadro pendurado na parede do Palácio do Planalto. “Eu quero ser lembrado, como presidente da República, pelas políticas sociais que nós implementarmos neste País”, afirmou.

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