Lucro operacional não é satisfatório

Foto: Agência Brasil

Renato Fonseca, da CNI: só setor de petróleo está satisfeito.

Brasília – A Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que grande parte das empresas brasileiras está insatisfeita com a margem de lucro operacional. O levantamento mostra que o indicador de lucro operacional ficou em 41,7 pontos. Índices acima de 50 pontos mostram satisfação. Segundo o economista da CNI, Renato da Fonseca, é natural que haja uma insatisfação com a margem de lucro.

 Ele explicou que somente o setor de petróleo demonstra contentamento com seus rendimentos e que os segmentos de transporte, equipamentos hospitalares e bebidas são os que têm menor insatisfação. O descontentamento maior se concentra nos setores de madeira, calçados e couros, que têm sofrido muito com a concorrência dos produtos chineses.

Entre os grupos de empresas, as grandes são as menos insatisfeitas, com índice de 45,1 pontos, enquanto as pequenas são as que mais reclamam da margem de lucro operacional, com 38,4 pontos. Segundo Fonseca, a percepção positiva de margem de lucro estimula o empresário a investir.

O economista não acredita que a insatisfação das empresas com sua lucratividade operacional, em um ambiente de aquecimento forte da demanda, levará no futuro a aumentos de preços para recomposição dessas margens. Na visão de Fonseca, a concorrência ajuda a conter esse ímpeto. ?Você pode aumentar o preço e perder o mercado, porque a concorrência é muito forte?, explicou. ?A questão é: há espaço para aumentar a margem? Pelo contexto, com a retomada do crescimento, com capacidade ociosa e competição dos importados, acho muito difícil um aumento de demanda resultar em aumento de preços?, acrescentou.

Para o economista-chefe da CNI, Flávio Castello Branco, uma maior margem de lucro pode resultar de um ajuste de eficiência nas empresas, por meio de redução de custos. ?A margem pode aumentar por conta de maior eficiência de custo?, afirmou.

A sondagem da CNI mostrou também que, apesar da insatisfação com o lucro operacional, as empresas no geral não têm tantas reclamações com a sua situação financeira. Esse indicador ficou, na média, em 49,2 pontos, próximo da linha divisória de 50 pontos, ou seja, na zona de satisfação.

De acordo com a pesquisa, as grandes empresas estão ?mais do que satisfeitas? com sua situação financeira, registrando 53,8 pontos, mas as pequenas estão descontentes, com o indicador ficando em 44 pontos. As médias empresas registraram 48,1 pontos.

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