Loyola prevê cenário otimista para a economia

Elogios à decisão do governo de não renovar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), à gestão macroeconômica responsável e à manutenção do rumo da economia nacional em um cenário longe do desastre, foram alguns dos tópicos citados pelo economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, em uma palestra para empresários ontem, em Curitiba.

Loyola, que comandou o BC em duas ocasiões – a primeira de novembro de 1992 a março de 1993, e a segunda de junho de 1995 a agosto de 1997 -, traçou um cenário para 2005 que, se não chega a ser totalmente otimista, está longe de ser pessimista. ?O mais provável é uma situação intermediária, com o sucesso parcial das reformas implantadas pelo governo, alguma volatilidade na economia mundial e o presidente Lula mantendo o rumo atual da política econômica?, afirmou.

Aos empresários que assistiram a palestra, organizada pelo UnicenP – Centro Universitário Positivo – como parte do evento que, anualmente, reúne diretores de 33 empresas de grande porte de Curitiba com as quais a instituição mantém convênio, Loyola manteve o tom positivo. ?Podemos tirar da cabeça a idéia de que o País caminha para o desastre, pois o governo tem conduzido o País de forma equilibrada e razoável?, afirmou.

O economista projetou um crescimento do PIB de 3,5% este ano, com as taxas de juros fechando o ano em 17% e um saldo da balança comercial acima dos US$ 28 bilhões. Ele acredita que a inflação anual chegue a 6%, acima da meta do Banco Central, que é de 5,1%, mas em uma trajetória de declínio em comparação com anos anteriores.

?Temos que considerar três fontes de crescimento: a herança do passado, que agora começa a dar resultado; a expansão do crédito e do investimento motivada pela confiança dos empresários; e o desempenho do setor externo, com o aumento das exportações brasileiras?, avaliou. Para Gustavo Loyola, o equilíbrio entre o que ele chamou de ?Banda A? e ?Banda B? é o que vai determinar o sucesso do País. A Banda A é a gestão macroeconômica responsável e competente, e a Banda B é aquele segmento ainda movido por ideologias retrógradas.

Os riscos para a economia brasileira podem aparecer se os Estados Unidos não conseguirem equilibrar seu déficit fiscal e se houver excesso de investimentos na China. No âmbito doméstico, a ameaça maior vem de dificuldades na área fiscal, com aumento dos gastos públicos que comprometerão o superávit primário futuro, e da má coordenação política. 

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