Lobão critica recomendação da OEA sobre Belo Monte

O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, criticou a recomendação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para que o Brasil paralise o projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

“Estamos fazendo tudo rigorosamente dentro da lei, com os procedimentos normais, com a fiscalização intensa do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da sociedade, do Ministério Público e da imprensa. Não precisamos de mais fiscais”, disse Lobão, pouco antes de participar de uma cerimônia na Câmara dos Vereadores do Rio, no início da noite desta quarta-feira(6).

“Não há nada mais fiscalizado e até criticado em demasia do que a construção das hidrelétricas, todavia o Brasil necessita delas desesperadamente”, disse Lobão, argumentando que alternativas como usinas térmicas a diesel ou a carvão elevariam as tarifas de energia e os prejuízos ao meio ambiente.

O ministro aprovou a posição do governo brasileiro de repudiar a interferência da OEA no assunto. “Nós fazemos parte da OEA, esses organismos são importantes no mundo, mas há certas questões que deveriam ser tratadas apenas internamente por cada país”, afirmou.

Gasolina

O ministro disse ainda que o governo não descarta aumento nos preços dos combustíveis pela Petrobras, caso o valor internacional do barril de petróleo continue em elevação. Ele disse que o governo influencia a Petrobras para evitar o aumento, que impulsionaria ainda mais a inflação, mas não descartou essa possibilidade.

“O governo interfere sim e tem interferido no sentido de elevar os preços dos combustíveis internamente. Mas também é preciso lembrar que há nove anos não temos aumento dos preços dos combustíveis. E de lá para cá o preço do barril de petróleo se elevou drasticamente”, disse Lobão, lembrando que a última interferência do governo nos preços dos combustíveis, no ano passado, foi para reduzir o valor cobrado nos postos de gasolina.

“O governo não está cogitando (aumento de preço dos combustíveis), está acompanhando o cenário internacional. Estamos resistindo com o preço atual, na tentativa de não elevar os preços na bomba de combustível”, disse. “Se os preços continuarem se elevando, será inevitável.”

Vale

Lobão disse não concordar com o rebaixamento do rating em moeda local da Petrobras pela agência de classificação de risco Fitch, anunciado. A nota caiu de BBB+ para BBB.

“Investimentos sempre causam problema dessa natureza, mas não podemos deixar de investir. A meu ver, investir é um sinal positivo. Estamos investindo no sentido de produzir mais petróleo. Na medida em que produzirmos mais estaremos contribuindo, inclusive, para a geração de riqueza e até para a estabilização dos preços dos combustíveis”, afirmou.