Lobão cobra decisão sobre liminar de Belo Monte

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que o governo mantém para este ano a previsão de realizar o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu (PA). Ele, no entanto, cobrou uma decisão da Justiça Federal do Pará sobre a liminar que suspendeu os estudos que antecedem o processo de licenciamento ambiental, fundamentais para a realização do leilão. “As hidrelétricas não podem ficar paralisadas por queixas de ONGs ou do Ministério Público, ou do que quer que seja. É preciso que haja uma decisão judicial, com rapidez”, disse o ministro, depois de participar de reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Centro Cultural banco do Brasil.

Sem entrar em detalhes, Lobão disse que a reunião com a ministra foi para estudar o modelo de licitação que será adotado na usina de Belo Monte, considerada pelo governo, segundo ele, como “a joia da coroa”. Lobão lembrou que disputas na Justiça também marcaram os leilões das hidrelétricas de Santo Antonio e de Jirau, no Rio Madeira. “E não será diferente com Belo Monte, lamentavelmente. Se nós não pudermos construir essas hidrelétricas, teremos um sistema fragilizado. O povo necessita de segurança energética e não de apagões”, afirmou.

Lobão disse que o Brasil tem orgulho de possuir o modelo energético mais limpo do mundo. “Não podemos comprometer este modelo por má vontade de segmentos da sociedade”, disse. Segundo ele, a demora nos licenciamentos ambientais faz com que o País tenha de apelar para a energia produzida pelas termelétricas, que são mais poluentes e mais caras. “A sociedade não pode ser penalizada com energia mais cara, porque os ambientalistas e ONGs atrapalham a construção das hidrelétricas”, disse. Ele acrescentou que as hidrelétricas, construídas atualmente, estão desmatando menos e alagando uma área menor que as usinas construídas no passado. A previsão inicial era de que o leilão de Belo Monte seria realizado no fim de setembro.